Mercado de trabalho: Brasil cria mais de 654 mil empregos no primeiro trimestre de 2025

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(Foto: Washinton Alves)

No acumulado do ano, saldo positivo é de 654.503 empregos com carteira assinada, segundo dados do Novo Caged divulgados nesta quarta-feira. Ministro do Trabalho comentou sobre a possibilidade de redução da taxa de juros diante dos resultados do mercado de trabalho.

O mercado de trabalho formal no Brasil encerrou o mês de março de 2025 com saldo positivo na geração de empregos. Foram criados 71.576 postos de trabalho com carteira assinada no período, de acordo com o balanço do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Este resultado é fruto de 2.234.662 admissões contra 2.163.086 desligamentos.

Balanço de março e do 1º trimestre

Embora o saldo de 71.576 empregos em março de 2025 seja positivo, ele ficou abaixo do registrado em março do ano passado, quando o saldo foi de 244.315 empregos. Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, essa diferença pode ser explicada pelo fato de o feriado de Carnaval ter ocorrido em março neste ano, e não em fevereiro como é mais comum.

No acumulado do ano, de janeiro a março de 2025, o Brasil registrou um saldo significativo de 654.503 empregos formais. Este resultado é a diferença entre 7.138.587 admissões e 6.484.084 desligamentos ao longo do primeiro trimestre.

Análise do ministro do trabalho e comentário sobre a Selic

O ministro Luiz Marinho comentou os resultados do Caged de março e relacionou-os ao cenário macroeconômico do país. Para Marinho, os números positivos no mercado de trabalho servem como uma sinalização que pode favorecer a possibilidade de redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), responsável por definir a Selic, ocorrerá na próxima semana.

O ministro expressou sua opinião sobre o tema: “De repente isso deixa o povo do Banco Central feliz, quem sabe eles possam com isso tirar o pé do freio da contenção e liberar a economia para funcionar melhor. Está na hora de falar em parar de aumentar a taxa Selic e falar em reduzir a taxa Selic. Essa é a mensagem do mercado de trabalho”, disse.

Desempenho por setores e regiões

A análise do Caged por setores de atividade mostra que, em março, três dos cinco grandes grupamentos apresentaram saldo positivo na geração de empregos: Serviços (+52.459 postos), Construção (+21.946 postos) e Indústria (+13.131 postos). Em contrapartida, o Comércio (-10.310 postos) e a Agropecuária (-5.644 postos) registraram saldo negativo no mês.

Regionalmente, quatro das cinco grandes regiões brasileiras tiveram saldo positivo em março: Sudeste (+48.086 postos), Sul (+24.533 postos), Centro-Oeste (+6.962 postos) e Norte (+5.170 postos). Apenas a região Nordeste registrou saldo negativo (-13.199 postos). No total, 19 das 27 unidades da Federação apresentaram saldos positivos na geração de empregos em março.

Perfil das vagas e taxa de desocupação

Em relação ao perfil dos postos de trabalho gerados em março, a maioria foi ocupada por mulheres (48.922 vagas), enquanto 22.654 vagas foram para homens. A faixa etária que registrou o maior saldo positivo foi a de 18 a 24 anos, com a criação de 77.902 postos de trabalho.

Na manhã desta sexta-feira (2), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados complementares sobre o mercado de trabalho no país por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. A Pnad Contínua mostrou que o Brasil fechou o primeiro trimestre de 2025 com uma taxa de desocupação de 7%. Este patamar é superior ao registrado no trimestre imediatamente anterior, encerrado em dezembro de 2024 (6,2%). No entanto, o IBGE ressaltou que a taxa de 7% é a menor para os meses de janeiro a março em toda a série histórica da pesquisa, indicando uma melhora na comparação de longo prazo para este período do ano.

Agência Brasil

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