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A nova rota da seda Sul-Americana: Brasil e China se unem para construir ferrovia até o Pacífico
Acordo assinado hoje visa criar um corredor de exportação para a Ásia através do Peru, conectando o agronegócio brasileiro a um novo porto construído por chineses.
O Brasil e a China assinaram, nesta segunda-feira (7), um memorando de entendimento para iniciar os estudos de viabilidade de um dos projetos de infraestrutura mais ambiciosos da América do Sul: a Ferrovia Bioceânica.
A assinatura, realizada no Ministério dos Transportes, em Brasília, formaliza a parceria entre a estatal brasileira Infra S.A. e a gigante chinesa China Railway. O objetivo é criar um corredor ferroviário que conectará o agronegócio do centro do Brasil diretamente a um novo porto no Oceano Pacífico.
A rota: do agronegócio brasileiro ao porto chinês no Peru
O projeto prevê a integração de ferrovias já em construção no Brasil, como a Fiol e a Fico, criando uma malha que corta o país de leste a oeste. A parte mais desafiadora será a construção de um novo trecho que partirá de Mato Grosso, atravessará a Amazônia por Rondônia e Acre, e chegará até a fronteira com o Peru. De lá, a ferrovia se conectará ao recém-inaugurado e estratégico Porto de Chancay, construído com capital chinês e localizado a apenas 70 km de Lima, a capital peruana.
Uma parceria estratégica com a China
A assinatura do acordo não é um fato isolado. Ela é um desdobramento direto do pacto estratégico firmado entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, em novembro de 2024, que definiu a integração logística como um dos pilares da relação bilateral.
A formalização do estudo ocorre significativamente no mesmo dia do encerramento da Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, onde a ampliação da infraestrutura entre os países em desenvolvimento foi um dos temas centrais da declaração conjunta do bloco.
O impacto para a economia e a logística do Brasil
A concretização da Ferrovia Bioceânica representaria uma revolução para a logística brasileira. A nova rota criaria um corredor de exportação muito mais rápido e barato para a Ásia, principal mercado para as commodities brasileiras, como soja e minério de ferro.
Ao evitar a necessidade de contornar o continente ou usar o Canal do Panamá, o projeto tem o potencial de reduzir custos, aumentar a competitividade do produto nacional e fortalecer a integração econômica da América do Sul.
