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Abuso financeiro e abandono: você sabe identificar os sinais de violência contra idosos? Veja como ajudar
Em campanha de conscientização, autoridades alertam para crimes comuns como abuso financeiro e psicológico, reforçando que o silêncio da vítima ou da comunidade protege o agressor.
Junho é mundialmente reconhecido como o mês de combate à violência contra a pessoa idosa, uma campanha simbolizada pela cor violeta. Com o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa celebrado em 15 de junho, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) intensifica os alertas e reforça a necessidade de proteger essa parcela vulnerável da população. A mensagem é clara: a denúncia é a principal arma contra os agressores.
“A violência contra idosos é uma realidade complexa e dolorosa, que precisamos enfrentar com determinação”, afirma a delegada Camilla Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “É fundamental que a população paranaense esteja atenta aos sinais e, acima de tudo, sinta-se segura para denunciar.”
As múltiplas faces da violência
Muitas vezes silenciosa, a violência contra idosos vai muito além da agressão física. Crimes financeiros e psicológicos estão entre os mais comuns e devastadores. “Percebemos que muitos idosos sofrem abusos financeiros por parte de familiares, como a retenção das aposentadorias e a apropriação de bens, além de um crescimento preocupante nos casos de estelionato”, explica a delegada.
As principais formas de violência incluem:
- Violência Física: Agressões que causam dor ou lesões.
- Violência Psicológica: Humilhações, ameaças e isolamento.
- Violência Financeira: Exploração indevida de aposentadorias e bens.
- Negligência: Omissão de cuidados essenciais de saúde e higiene.
- Abandono: Ausência de amparo por parte dos responsáveis.
- Violência Sexual: Atos sexuais não consentidos.
Etarismo: a raiz estrutural do problema
O preconceito baseado na idade, conhecido como etarismo, é uma das causas estruturais da violência. A sociedade, segundo a delegada, muitas vezes desvaloriza quem não está mais em seu auge produtivo, gerando um ambiente de desrespeito e negligência. “Após uma vida de dedicação, todo ser humano merece ser respeitado, cuidado e amparado no momento em que as habilidades físicas já não estão mais tão presentes”, ressalta Cecconello.

O silêncio que protege o agressor
Um dos maiores desafios é a subnotificação dos crimes. Na maioria dos casos, os agressores são filhos, parentes ou cuidadores próximos. “A vítima muitas vezes não se sente à vontade em denunciar, porque sente que aquela pessoa que está sendo negligente é a única companhia ou dependência emocional que possui”, conclui a delegada. Esse ciclo de silêncio, medo e dependência acaba protegendo quem comete o crime.
Denunciar é proteger: veja como agir
Quebrar o ciclo de violência é um dever de todos. A PCPR, em parceria com outros órgãos como o Ministério Público e a assistência social, atua para investigar e garantir a proteção necessária. Durante o Junho Violeta, as ações de fiscalização e conscientização são intensificadas.
A denúncia é crucial e o sigilo do denunciante é totalmente garantido. Se você suspeitar ou presenciar qualquer tipo de violência contra uma pessoa idosa, não hesite em agir.
Canais para Denúncia Anônima:
- Disque-Denúncia 181: Pelo telefone ou no site
www.denuncia181.pr.gov.br
- Polícia Civil do Paraná (PCPR): Telefone 197
- Disque Direitos Humanos (DHPP): Telefone 0800 141 0001