( Foto: Daniel Castellano)
Alerta Simepar: umidade do ar ficará abaixo de 40% no Paraná nos próximos dias
Condição de tempo seco se agrava a partir desta sexta-feira, atingindo grande parte do estado e exigindo cuidados redobrados com a saúde até o início da próxima semana.
O Paraná se prepara para enfrentar dias com níveis críticos de umidade relativa do ar. Segundo alerta emitido pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), após um período com maior nebulosidade e chuviscos ocasionais entre Curitiba e o Litoral, o tempo seco ganhará força em quase todas as regiões do estado. A condição de baixa umidade, considerada crítica, deve predominar principalmente durante as tardes e tem previsão de se manter assim até a próxima terça-feira (20).
Queda abrupta a partir desta sexta
A situação começa a se agravar já a partir desta sexta-feira (16). As regiões Sudoeste, Oeste, Noroeste e Norte do Paraná devem registrar índices de umidade relativa do ar abaixo dos 40%. Em algumas localidades, essa porcentagem pode cair ainda mais, chegando a patamares inferiores a 30%, o que é considerado estado de atenção ou alerta, dependendo dos critérios. No fim de semana, a condição de tempo seco e baixa umidade tende a se espalhar por praticamente todo o território paranaense, com a única exceção sendo a região litorânea, que geralmente mantém índices mais altos devido à proximidade com o oceano.
Entenda a meteorologia do tempo seco
Samuel Braun, meteorologista do Simepar, explica que essa condição é resultado da movimentação de diferentes massas de ar sobre o Sul do país. “Nessa época de outono e inverno costumam atuar sobre o Sul do país massas de ar polar, que se formam sobre a Antártida e acabam avançando sobre a Argentina. Essas massas costumam ser bastante frias e secas”, detalha. Em contrapartida, também atuam massas de ar mais aquecidas e secas vindas do Centro-Oeste do Brasil.
Braun explica que, apesar de uma frente fria ter passado pelo estado entre os dias 9 e 10, causando queda nas temperaturas e mudança nos ventos, essa umidade vinda do oceano não conseguiu alcançar as regiões Oeste e Noroeste nos últimos dias, que já apresentavam umidade na faixa de 50% a 60% nas tardes.
Uma nova mudança na direção dos ventos é a responsável pela piora esperada. “A direção dos ventos deve passar a predominar do quadrante norte, e dessa forma transporta um ar mais seco, proveniente da massa de ar que predomina sobre o Centro-Oeste do país em direção ao Paraná”, complementa Braun.
Essa condição de umidade baixa deve predominar de sexta-feira até domingo, e se estenderá até o início da próxima semana. O retorno da chuva ao Paraná só é previsto, provavelmente, para a quarta-feira (21), com o avanço de um novo sistema frontal.

Amplitude térmica e temperaturas elevadas
Apesar da baixa umidade, a característica amplitude térmica do outono paranaense se manterá. As manhãs seguirão frescas ou até frias, mas as tardes tendem a registrar temperaturas mais elevadas, especialmente por conta da massa de ar seco que impede a formação de nuvens. Nas regiões Oeste, Noroeste e Norte, as máximas podem inclusive ultrapassar os 30°C entre sábado e terça-feira (20), intensificando a sensação de tempo seco e calor.
Cuidados essenciais com a saúde
Diante do quadro de baixa umidade do ar, a Secretaria da Saúde reforça a importância de adotar cuidados simples, mas fundamentais para proteger a saúde. Mesmo em dias de temperatura amena ou baixa, a hidratação é crucial: beber bastante água ao longo do dia ajuda a compensar a perda de umidade do corpo. O ar seco pode irritar as vias aéreas, favorecer crises alérgicas, agravar problemas respiratórios e causar ressecamento das mucosas (nariz, boca, olhos).
Outras recomendações incluem evitar exposição prolongada ao sol nas horas mais quentes do dia e manter os ambientes umidificados, utilizando bacias com água, toalhas molhadas ou umidificadores. Esses cuidados são especialmente importantes para grupos mais vulneráveis como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas ou respiratórias preexistentes. A Sesa também orienta a população a ficar atenta à qualidade do ar em ambientes fechados, priorizando a ventilação natural sempre que possível, e a buscar atendimento médico caso apresentem sintomas como tosse seca persistente, dificuldade para respirar ou agravamento de quadros respiratórios.