Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 8,15 bilhões em março

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(Foto: Divulgação/Porto de Santos)

Resultado de março é o segundo melhor da história para o mês, impulsionado por safras e vendas de commodities.

A balança comercial brasileira apresentou uma forte recuperação em março, registrando o segundo maior superávit para o mês na série histórica. O país exportou US$ 8,154 bilhões a mais do que importou no mês passado, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Segundo melhor resultado para março

O superávit de US$ 8,154 bilhões é o mais alto para meses de março desde 2023, quando a balança comercial alcançou um saldo positivo de US$ 10,751 bilhões. Em comparação com março de 2024, o superávit cresceu 13,8%.

Desempenho de exportações e importações

Em março, as exportações brasileiras totalizaram US$ 29,177 bilhões, um aumento de 5,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior e o terceiro melhor resultado para março desde 1989, ficando atrás apenas de 2023 e 2022. As importações somaram US$ 21,023 bilhões, um crescimento de 2,6% na mesma comparação, representando também o terceiro maior valor da história, inferior somente aos de 2023 e 2022.

Fatores que impulsionaram a balança

A alta nos preços do café e o início das safras de soja e milho foram importantes para a recuperação da balança comercial do lado das exportações. Além disso, as vendas de produtos como carne bovina, celulose e minério de cobre também apresentaram crescimento no mês passado, compensando a queda nos preços de outros produtos. Nas importações, houve aumento nas aquisições de motores, máquinas, medicamentos, componentes de veículos, adubos e fertilizantes químicos. O maior destaque foi para máquinas e motores, com um aumento de 45,9% no valor comprado em março em relação ao mesmo período do ano anterior.

Análise de volume e preços

Em março, o volume de mercadorias exportadas subiu 5%, impulsionado pelo início da safra de diversos produtos. Os preços médios tiveram um leve aumento de 0,4% em comparação com março de 2024. Nas importações, a quantidade comprada cresceu 4,2%, refletindo o crescimento econômico, enquanto os preços médios recuaram 1,5%, influenciados pela queda no valor das commodities.

Desempenho por setores

No setor agropecuário, o aumento nas exportações foi impulsionado principalmente pelo crescimento do volume de mercadorias embarcadas, que subiu 10,8% em março em relação ao mesmo mês de 2024, enquanto o preço médio teve alta de 4,3%. Na indústria de transformação, o volume exportado cresceu 9%, com uma leve queda de 0,9% no preço médio, o que pode indicar uma recuperação econômica na Argentina, o principal comprador de bens industrializados do Brasil. Já na indústria extrativa, a quantidade exportada caiu 10,6%, influenciada pela manutenção de plataformas de petróleo, e os preços médios recuaram 4,9%.

Estimativa para a balança comercial em 2025

O Mdic atualizou suas estimativas para a balança comercial de 2025, projetando um superávit de US$ 70,2 bilhões, o que representa uma queda de 5,4% em relação a 2024. A previsão anterior indicava um saldo positivo entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões. A próxima projeção será divulgada em julho. O ministério estima que as exportações crescerão 4,8% em 2025, totalizando US$ 353,1 bilhões, enquanto as importações terão alta de 7,6%, fechando o ano em US$ 282,9 bilhões. No entanto, essas estimativas ainda não consideram os possíveis impactos das tarifas de Donald Trump e da retaliação comercial da China.

Previsões do mercado financeiro

As previsões do Mdic para o superávit da balança comercial em 2025 estão mais conservadoras do que as do mercado financeiro. O boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com base em projeções de analistas, estima um superávit de US$ 75 bilhões para este ano.

Agência Brasil

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