Brumadinho: Mais uma vítima identificada seis anos após a tragédia

tragedia em brumadinho

(Foto: Antônio Cruz)

Polícia Civil confirma identificação de Maria de Lurdes da Costa Bueno, mas duas vítimas seguem desaparecidas

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou, nesta sexta-feira (7), a identificação de Maria de Lurdes da Costa Bueno como a 268ª vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro de 2019. A tragédia, que completou seis anos, ainda deixa duas vítimas desaparecidas: Tiago Tadeu Mendes da Silva e Nathália de Oliveira Porto Araújo.

O Corpo de Bombeiros segue com as buscas, com o compromisso de continuar os trabalhos até que todas as vítimas sejam encontradas e identificadas.

A Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) utilizou suas redes sociais para celebrar a identificação de Maria de Lurdes e reforçar a importância da luta por justiça, memória e reparação. “A luta por justiça, encontro, memória, não repetição e direito dos familiares não pode parar!”, publicou a Avabrum, em uma homenagem à vítima com uma foto e uma frase do filósofo Rubem Alves: “Aquilo que o coração ama, fica eterno”.

Maria de Lurdes, que tinha 59 anos, era corretora de imóveis e morava em São José do Rio Pardo (SP). Ela estava em Brumadinho a turismo, visitando o Instituto Inhotim, quando a Pousada Nova Estância, onde estava hospedada com familiares, foi atingida pela avalanche de rejeitos. Seu marido, Adriano Ribeiro da Silva, sua enteada, Camila Taliberti, e seu enteado, Luiz Taliberti, também morreram na tragédia.

Camila e Luiz Taliberti, em memória, foram homenageados com a criação do Instituto Camila e Luiz Taliberti (ICLT) por amigos e familiares. A organização, com sede em São Paulo e presidida pela mãe dos irmãos, Helena Taliberti, atua na defesa dos direitos humanos e, junto com a Avabrum, luta pela preservação da memória das vítimas e por justiça.

A tragédia de Brumadinho resultou na morte de 270 pessoas, a maioria trabalhadores da Vale ou de empresas terceirizadas que atuavam na mina. A Avabrum contabiliza 272 vidas perdidas, incluindo os bebês de duas mulheres grávidas. O rompimento da barragem também causou a destruição de comunidades e a devastação ambiental da bacia do Rio Paraopeba.

Seis anos após a tragédia, ninguém foi preso. O processo criminal, que tramita na Justiça Federal, ainda está em fase de defesa dos réus. Dezesseis pessoas foram denunciadas, incluindo nomes ligados à Vale e à Tüv Süd, empresa que atestou a estabilidade da barragem. O ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, chegou a ser réu, mas foi posteriormente excluído do processo por meio de um habeas corpus.

No último mês, a Avabrum coordenou um ato para homenagear as vítimas e cobrar justiça, marcando os seis anos da tragédia. Durante o evento, foi inaugurado o Memorial Brumadinho, um espaço de homenagem e conexão com as vítimas, cuja construção foi uma demanda das famílias dos falecidos.

Agência Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *