(Foto: Valquir Kiu Aureliano)
Da visita em casa ao botão do pânico: as táticas da patrulha Maria da Penha para proteger mulheres em Curitiba
Com queda de 15% nos casos de violência doméstica, trabalho de visitas e acolhimento da Guarda Municipal se torna referência no país; saiba como identificar os tipos de abuso e onde pedir ajuda.
As mãos que acolhem a enfermeira S.T. são as da guarda municipal Juliana Tozzi. Há quase seis anos, Juliana integra a Patrulha Maria da Penha de Curitiba, um grupo especializado na proteção de mulheres com medidas protetivas.
S.T., vítima de violência psicológica e patrimonial, é uma das milhares de mulheres que recebem as visitas periódicas da patrulha, que verifica o cumprimento das ordens judiciais e oferece uma rede de apoio. “Conheci esse atendimento na Delegacia da Mulher. Gosto de recebê-los, eu me sinto acolhida, segura e tranquila”, afirma S.T.
Um modelo pioneiro com resultados concretos
O sentimento de segurança de S.T. se reflete nos números. Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que os casos de violência doméstica em Curitiba caíram 15,29% nos primeiros cinco meses de 2025. O trabalho da Patrulha Maria da Penha, pioneiro entre as guardas municipais do Brasil, é um fator fundamental para esse resultado. Desde sua criação em 2014, a patrulha já realizou mais de 94 mil atendimentos e efetuou 3.078 prisões de agressores, consolidando-se como um pilar na proteção da mulher na capital.
Não é só agressão física: conheça os 5 tipos de violência
Muitas mulheres vivem em um ciclo de abuso sem saber que são vítimas. A Lei Maria da Penha define cinco tipos de violência doméstica, e reconhecê-los é o primeiro passo para quebrar o silêncio:
- Física: Qualquer ato que ofenda a integridade corporal (bater, empurrar, chutar).
- Psicológica: Condutas que causam dano emocional e diminuem a autoestima (humilhar, ameaçar, isolar, controlar).
- Moral: Qualquer ato que configure calúnia, difamação ou injúria.
- Sexual: Forçar a mulher a participar de relação sexual não desejada ou impedi-la de usar métodos contraceptivos.
- Patrimonial: Reter ou destruir dinheiro, bens e documentos da vítima, ou impedi-la de trabalhar.

Rede de apoio: onde e como pedir ajuda em Curitiba
Para cada mulher em situação de violência, existe uma rede de apoio pronta para ajudar. Além das visitas, a Patrulha também gerencia o “botão do pânico” para casos de alto risco. Se você é vítima ou conhece alguém que precisa de ajuda, não hesite em procurar um dos canais de denúncia.
- Emergências (Guarda ou PM): Ligue 153 ou 190.
- Patrulha Maria da Penha (para quem já tem medida): (41) 3221-2760.
- Central de Atendimento à Mulher: Ligue 180.
- Casa da Mulher Brasileira: (41) 3221-2701.
- Delegacia da Mulher: (41) 3219-8600.
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