Do Paraná para o mundo: Mariangela Hungria recebe o “Nobel da Agricultura” por sua ciência sustentável

Do Paraná para o mundo: Mariangela Hungria recebe o "Nobel Da Agricultura" por sua ciência sustentável

(Foto: Luciano Pascoal)

Do Paraná para o mundo: Mariangela Hungria recebe o “Nobel da Agricultura” por sua ciência sustentável


Prêmio Mundial da Alimentação de 2025 reconhece trabalho pioneiro da pesquisadora em soluções biológicas que promovem uma agricultura mais sustentável, desenvolvido em grande parte no estado.

O Paraná celebra mais uma conquista no cenário científico global. A engenheira agrônoma e pesquisadora Mariangela Hungria, com forte ligação profissional e pessoal com o estado, foi agraciada nesta última terça-feira (13) com o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025 (World Food Prize). Conhecido internacionalmente como o “Nobel da Agricultura”, o prêmio reconhece a relevância e o impacto dos estudos da microbiologista no desenvolvimento de dezenas de tratamentos biológicos para sementes e solos. Seu trabalho inovador utiliza bactérias do solo para ajudar as plantas a obterem nutrientes de forma mais eficiente e sustentável, reduzindo a necessidade de insumos químicos.

Emoção e perícia de 40 anos

Mariangela Hungria expressou grande emoção ao receber a notícia do prêmio, destacando o significado de um trabalho realizado no interior do Brasil ser reconhecido globalmente. “Eu estou muito emocionada em receber esse prêmio, porque eu jamais imaginaria, fazendo um trabalho no Interior do Brasil, lutando com todas as dificuldades que a gente tem, achava muito improvável que isso acontecesse”, comentou a pesquisadora.

Ela atribuiu a conquista à sua dedicação contínua ao longo de quatro décadas: “Acho que a premiação foi devido à minha perseverança de 40 anos, jamais tendo desviado do caminho que eu sempre acreditei que era que a gente podia fazer uma agricultura mais sustentável, usando os biológicos em substituição parcial ou total dos insumos químicos”, ressaltou.

Carreira e legado no Paraná

Embora natural de São Paulo, Mariangela Hungria construiu uma sólida carreira de 43 anos na Embrapa, sendo lotada na Embrapa Soja em Londrina. Sua trajetória profissional no Paraná a levou a ser professora nos cursos de pós-graduação em Microbiologia e Biotecnologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e no curso de Bioinformática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A cientista também desenvolve pesquisas importantes no NAPI Taxonline e coordena projetos contemplados por iniciativas de fomento à ciência e tecnologia no estado.

Mariangela fez questão de sublinhar a importância do Paraná para sua conquista. “Esse prêmio é muito importante para o Brasil e mais importante ainda para o Paraná. Porque foi aqui que eu desenvolvi esse trabalho, foi o trabalho que eu fiz aqui que ajudou a essa premiação”, contou. Ela manifestou seu orgulho por ter escolhido o estado para viver e desenvolver sua carreira em agricultura sustentável, conectando sua trajetória à imagem de sustentabilidade que o Paraná projeta.

Do Paraná para o mundo: Mariangela Hungria recebe o "Nobel Da Agricultura" por sua ciência sustentável
(Foto: Foto: A.Neto)

Reconhecimento e suporte institucional

O Prêmio Mundial da Alimentação foi anunciado no estado de Iowa, nos Estados Unidos, na sede da Fundação World Food Prize. A entidade foi criada por Norman Bourlaug, considerado o pai da Revolução Verde e agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1970. O reconhecimento a Mariangela Hungria é motivo de orgulho para o Brasil e, de forma particular, para o Paraná.

A cientista atribui parte significativa de seu sucesso e do reconhecimento ao apoio recebido de instituições estaduais, como a Fundação Araucária, que apoiou seu Projeto Nacional de Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e o NAPI Taxonline, onde está sua coleção de culturas – considerada por ela seu maior legado.

Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária, celebrou o prêmio como um importante reconhecimento à pesquisadora e uma conquista para o Paraná e o Brasil. Ele destacou que poucos brasileiros foram agraciados com este prêmio, concedido a pessoas que trabalham efetivamente para aumentar a produção de alimentos de forma sustentável.

A cerimônia de entrega do Prêmio Mundial da Alimentação de 2025 a Mariangela Hungria ocorrerá em 23 de outubro deste ano. Ela se junta a um seleto grupo de brasileiros agraciados com a honraria; em 2006, os agrônomos Edson Lobato e Alysson Paulinelli dividiram o prêmio por seu trabalho no desenvolvimento da agricultura na região do Cerrado brasileiro. Coincidentemente, o estado de Iowa, onde o prêmio foi anunciado, será destino de 100 estudantes do Paraná no segundo semestre para um intercâmbio relacionado ao aprendizado em agricultura.

Com informações de Agência de Notícias do Estado do Paraná


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