(Foto: G7)
No G7, Lula critica “Vácuo de Liderança” mundial e pede protagonismo da ONU
Presidente brasileiro condena conflitos, oferece o Brasil como potência energética sustentável e estreita laços com o Canadá, de olho na COP30 em Belém.
Em um discurso contundente durante a Cúpula do G7 na última terça-feira (17), no Canadá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou das nações mais ricas do mundo uma ação efetiva para a paz, criticando o que chamou de “vácuo de liderança” global. Ele defendeu o retorno do protagonismo da Organização das Nações Unidas (ONU) como o principal fórum para a resolução de conflitos. “É preciso que o Secretário-Geral lidere um grupo representativo de países comprometidos com a paz”, afirmou Lula.
Ao lado de líderes de Estados Unidos, França e Reino Unido — membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU —, o presidente brasileiro citou nominalmente os conflitos que ameaçam a estabilidade global, afirmando que na guerra entre Rússia e Ucrânia “nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar” e que, em Gaza, nada justifica a “matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças”.
Brasil: potência energética com responsabilidade ambiental
O segundo pilar do discurso de Lula foi posicionar o Brasil como um ator central na segurança energética mundial, mas com um alerta claro contra a exploração predatória. Ele destacou as imensas reservas brasileiras de minerais estratégicos para a transição energética, como nióbio, níquel e terras raras, mas impôs uma condição.
“Não repetiremos os erros do passado. Durante séculos, a exploração mineral gerou riqueza para poucos e deixou rastros de destruição e miséria para muitos”, disse o presidente, defendendo que países em desenvolvimento participem de todas as etapas da cadeia produtiva e que a exploração “não deve ameaçar biomas como a Amazônia”.

Parceria com o Canadá e foco na COP30
A participação no G7 também serviu para fortalecer laços diplomáticos. Em conversa com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, Lula expressou o desejo de aprofundar as relações comerciais, políticas e, principalmente, na pauta climática. O premiê canadense, por sua vez, elogiou a liderança brasileira e classificou a COP30, que será realizada em Belém (PA), como a “reunião mais importante deste ano mundialmente”, colocando-se à disposição para colaborar com o evento. A cúpula no Brasil é vista como uma oportunidade de ouro para a diplomacia do país.