(Foto: UEM)
O retorno do ouro branco: com alta lucratividade, algodão volta a ser aposta no campo paranaense
Paraná, que já foi o maior produtor do Brasil, vê a cultura ressurgir como alternativa mais rentável e resistente à seca; área plantada deve triplicar em 2025.
O algodão, cultura que já fez do Paraná o maior produtor do Brasil na década de 1990, está vivendo um verdadeiro renascimento no campo. Impulsionado pela alta rentabilidade e pela maior resistência às mudanças climáticas, o “ouro branco” volta a ser uma alternativa viável e lucrativa para os agricultores paranaenses.
“Há coisas importantes acontecendo no Paraná, com a volta do plantio do algodão. É mais uma opção para rotação de cultura e melhoria da renda do produtor rural”, afirma o secretário estadual da Agricultura, Marcio Nunes.
Por que plantar algodão? A vantagem paranaense
Diversos fatores tornam o Paraná um local ideal para esta retomada. Além de ser mais resistente à seca, a cultura se beneficia do solo fértil do estado, que exige metade da adubação necessária no Cerrado. Segundo Almir Montecelli, presidente da Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar), a lucratividade pode ser o dobro da obtida com a soja.
“Nós já temos este ano agricultores colhendo 700 arrobas por alqueire”, diz. Até mesmo a principal praga, o bicudo, é controlada com metade das aplicações de inseticida usadas em outras regiões do Brasil.

Sertaneja lidera a retomada e demanda da indústria é alta
A retomada já mostra resultados concretos. Em Sertaneja, no Norte do estado, o Valor Bruto de Produção (VBP) do algodão saltou 107% em um ano, passando de R$ 8,8 milhões para R$ 18,3 milhões. O crescimento é impulsionado por uma forte demanda interna: o parque têxtil do Paraná precisa de uma produção equivalente a 50 mil hectares, mas a área plantada em 2024 foi de apenas 584 hectares. Com novos municípios aderindo ao cultivo, a expectativa da Acopar é que a área plantada no estado quase triplique em 2025, chegando a 1,5 mil hectares.