(Foto: Roberto Dziura Jr)
Em 2024, as aplicações do Estado superaram os juros da dívida em R$ 1,97 bilhão, garantindo sustentabilidade financeira, liberando recursos para investimentos e colocando o Paraná em liderança nacional.
O Paraná encerrou o ano de 2024 com um desempenho financeiro notável, registrando rendimentos de suas aplicações superiores aos gastos com juros da dívida pública. Essa performance resultou no melhor saldo de juros nominais (diferença entre rendimentos e juros pagos) de todo o Brasil, alcançando R$ 1,97 bilhão, segundo dados do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do Tesouro Nacional.
Sustentabilidade financeira e impacto no orçamento
Em 2024, as aplicações financeiras do Estado renderam cerca de R$ 4,7 bilhões, valor mais do que suficiente para cobrir os R$ 2,73 bilhões pagos em juros da dívida no mesmo período. Essa situação, onde os rendimentos cobrem os encargos da dívida, demonstra que o Paraná atingiu um nível de gestão do endividamento público que poucos estados brasileiros possuem: a sustentabilidade financeira.
Conforme explica o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, assim como em um orçamento doméstico, ter rendimentos que cobrem despesas fixas libera recursos para outras finalidades. “Gastar menos com juros significa gastar mais com aquilo que vai mudar a vida do paranaense”, afirmou, relacionando o resultado aos recordes de investimento alcançados pelo Estado em 2024.
Liderança nacional e comparativos
O saldo positivo de R$ 1,97 bilhão do Paraná representa a liderança isolada no ranking nacional. A cifra é equivalente ao triplo do resultado obtido pela Paraíba, segunda colocada, que registrou R$ 639,1 milhões. Grandes economias como São Paulo (-R$ 26,5 milhões), Rio de Janeiro (-R$ 18,6 milhões) e Minas Gerais (-R$ 8,1 milhões) apresentaram saldos negativos.
A performance paranaense também foi decisiva para colocar a região Sul na liderança entre as regiões que mais se rentabilizaram em 2024, com um resultado positivo total de R$ 617,8 milhões, à frente do Centro-Oeste. O resultado do Paraná sozinho foi três vezes maior do que a soma dos resultados de Rio Grande do Sul (R$ 33,5 milhões) e Santa Catarina (-R$ 1,38 bilhão).
Gestão de ativos e dívida negativa
A diretora do Tesouro Estadual, Carin Deda, atribui o resultado expressivo à gestão eficiente dos ativos financeiros e à aplicação criteriosa dos recursos. Uma consequência direta desse desempenho é a redução da necessidade de financiamento adicional para lidar com a dívida pública, melhorando a posição fiscal do Estado e demonstrando o compromisso em não aumentar o endividamento.
Outro indicador relevante é a Dívida Consolidada Líquida (DCL). Em 2024, o Paraná fechou com uma DCL negativa de R$ 3,3 bilhões. Isso significa, na prática, que o Estado possui caixa e ativos suficientes para cobrir todas as suas obrigações de dívida, evidenciando um alto nível de saúde financeira. Carin Deda ressalta que a dívida negativa indica que a gestão financeira está no caminho certo, equilibrando disponibilidade em caixa com a dívida consolidada, o que dá mais fôlego para o Estado investir e garantir seu crescimento sem aumentar o endividamento.
Agência Notícias do Estado do Paraná