(Foto: Cláudio Neves)
Paranaguá atinge marca inédita: pátio de triagem recebe mais de 180 mil caminhões em quatro meses
Entre janeiro e abril de 2025, 181.651 veículos passaram pela triagem, superando o recorde anterior de 2020. A movimentação expressiva é reflexo da rigorosa fiscalização de cargas, que garante a qualidade dos produtos exportados e reforça a credibilidade internacional.
O Pátio de Triagem do Porto de Paranaguá registrou um recorde histórico na movimentação de veículos nos quatro primeiros meses de 2025. Entre janeiro e abril, 181.651 caminhões passaram pela triagem, um aumento significativo em comparação com o recorde anterior de 175.280 veículos no mesmo período de 2020 e os 134.869 veículos de 2024.
A maior parte dessa movimentação foi de granéis sólidos vegetais, com destaque para 5,49 milhões de toneladas de soja e 2,4 milhões de toneladas de farelo de soja. Essas cargas vieram, majoritariamente, dos estados do Paraná e Mato Grosso.
O aumento recorde é um reflexo direto da fiscalização rigorosa das cargas, que assegura a qualidade dos produtos e a segurança para o mercado, atraindo, consequentemente, mais movimentação.
Como funciona pátio de triagem
O Pátio de Triagem tem um papel fundamental na logística portuária. Sua função principal é retirar o excesso de veículos das vias de acesso ao porto e, crucialmente, avaliar a qualidade das cargas a serem exportadas. A estrutura também é responsável pelo agendamento de dia e horário de entrada de cada caminhão, o que ajuda a evitar longas filas na BR-277.
“Além das vantagens logísticas, temos um rigoroso sistema de análise que garante aos clientes que os produtos chegarão em segurança e livres de materiais contaminantes”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Rigor na fiscalização garante qualidade e credibilidade
O Porto de Paranaguá opera sob um regramento de controle e fiscalização implementado em 2024, estabelecido pela Portos do Paraná em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esse método visa garantir a máxima segurança e qualidade nos produtos movimentados.
A classificação oficial no Pátio de Triagem é realizada pela BV, uma empresa auditada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). A fiscalização é gerida pela Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (ATEXP). Os classificadores coletam amostras dos caminhões para uma primeira análise visual, que identifica contaminantes como pedras, areia e galhos. Em seguida, parte do produto é enviada ao laboratório para análises mais aprofundadas.
De janeiro a abril de 2025, 1.850 veículos tiveram suas cargas recusadas por não atenderem aos padrões mínimos de qualidade. No entanto, houve uma redução de quase 30% no número de cargas refugadas em comparação com o mesmo período do ano passado (2.613), o que indica que o controle mais rígido está desestimulando adulterações.
“Quando as cargas não atendem aos requisitos mínimos de qualidade e ainda apresentam sinais de adulteração, a Portos do Paraná comunica as autoridades policiais e demais órgãos fiscalizadores”, informa o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira. Em casos de cargas adulteradas, o descarte é inevitável e deve ocorrer fora do porto, em locais apropriados.
A portaria de outubro de 2024 da Portos do Paraná exige que, após o descarte, os motoristas apresentem o comprovante de descarga para que eles e seus veículos possam ter acesso novamente ao Pátio de Triagem. De janeiro a abril de 2025, 59 veículos foram encaminhados a aterros para a inutilização dos produtos.

Fernando Augusto Mendes, chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Paraná (SIPOV/PR) do Ministério da Agricultura, ressaltou as graves consequências de uma carga adulterada ser embarcada e detectada internacionalmente. “O carregamento seria interrompido, gerando custos e transtornos operacionais. Poderia haver comprometimento da qualidade do estoque do terminal e paralisação da operação de embarque, com grandes prejuízos envolvidos”, explicou. “Nosso objetivo é garantir a integridade das exportações e manter a confiança dos mercados internacionais”.
A fiscalização mais rigorosa da Portos do Paraná é amplamente elogiada pela comunidade portuária e pelo mercado internacional. “As novas regulamentações trazem mais segurança ao pool do corredor de exportação. As medidas impedem práticas criminosas e asseguram a qualidade do produto, conferindo mais credibilidade internacional ao Porto de Paranaguá”, avaliou Rodrigo Buffara Farah Coelho, gerente do Terminal da Cotriguaçu – Cooperativa Central.
O diretor-presidente da Portos do Paraná concluiu: “O reforço na fiscalização traz mais segurança ao mercado. As companhias no mundo todo sabem que podem operar conosco com a certeza de que vão receber cargas de qualidade. Isso se reflete diretamente no grande volume de veículos no Pátio de Triagem”.