Projeto de lei quer barrar cotas com base em identidade de gênero no ensino superior estadual

Tito Barichello

(Foto: Valdir Amaral)

Proposta do deputado Tito Barichello (União) quer impedir a reserva de vagas com base exclusiva na identidade de gênero. Medida ainda será avaliada pelas comissões temáticas.

A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) analisa o projeto de lei nº 251/2025, apresentado pelo deputado Delegado Tito Barichello (União Brasil), que propõe a proibição de cotas ou qualquer forma de seleção diferenciada baseada exclusivamente na identidade de gênero nos processos seletivos das universidades públicas estaduais.

A proposta surgiu após a repercussão de uma reportagem da Gazeta do Povo sobre a greve de estudantes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. O movimento estudantil reivindicava a criação de cotas específicas para pessoas transexuais, travestis e não binárias.

Para Barichello, o episódio é um exemplo da “cultura woke” influenciando as universidades. Em discurso na tribuna, o deputado declarou que “alunos da Unicamp, que estudam com recursos públicos, paralisaram as aulas para exigir cotas exclusivas com base em identidade de gênero. Isso representa a imposição de uma agenda ideológica que desvirtua o princípio da meritocracia no ensino superior”.

Apesar de afirmar “não ter nada contra essas pessoas”, o parlamentar argumenta que o acesso às universidades deve ocorrer com base em desempenho acadêmico. “O Enem não pergunta a orientação sexual ou identidade de gênero. O que precisamos é de mérito, não de privilégios com dinheiro do contribuinte”, reforçou.

O que prevê o projeto

O projeto proíbe a criação de cotas específicas para pessoas trans, travestis ou não binárias nas seguintes instituições públicas estaduais:

  • Universidade Estadual de Londrina (UEL)
  • Universidade Estadual de Maringá (UEM)
  • Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)
  • Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
  • Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
  • Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
  • Universidade Estadual do Paraná (Unespar)

A proibição se aplicaria a todos os cursos de graduação, tanto presenciais quanto à distância. O texto, no entanto, não veta políticas institucionais de apoio voltadas à permanência estudantil, como atendimento psicossocial, programas de assistência ou ações contra a discriminação — desde que essas medidas não interfiram nos critérios de ingresso por mérito.

Antes de seguir ao plenário, o projeto ainda será analisado pelas comissões permanentes da Alep.

Agência Notícias da Assembleia Legislativa do Paraná

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