(Foto: Christian Rizzi)
Frota de ônibus interrompe circulação no terminal central; categoria se reúne para definir rumos do movimento.
Os motoristas do transporte coletivo de Foz do Iguaçu iniciaram uma paralisação dos serviços ao meio-dia desta terça-feira, 8 de abril. A concentração dos rodoviários ocorre no Terminal de Transporte Urbano (TTU), localizado no centro da cidade.
De acordo com representantes dos trabalhadores, uma reunião está em andamento para decidir sobre a continuidade ou não da paralisação. A categoria já havia programado uma greve para ter início na próxima segunda-feira, dia 14 de abril.
Reivindicações da Categoria
Os rodoviários alegam que a empresa Viação Santa Clara (VISAC), responsável pela operação do serviço, não efetuou o pagamento de valores referentes à cesta básica e ao adicional de cobrança das passagens, referentes à folha de pagamento do mês de março.
Posição da Viação Santa Clara
Em nota oficial, a Viação Santa Clara (VISAC) informou que cumpre a legislação vigente e que realizou o pagamento proporcional correspondente a 12 dias trabalhados. A empresa sustenta que a manutenção dos valores integrais depende da formalização de um novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Manifestação da Prefeitura
A Prefeitura de Foz do Iguaçu, que recentemente prorrogou o contrato com a VISAC por dois anos, declarou que não interfere em questões trabalhistas, mas apelou para o diálogo entre as partes a fim de garantir a continuidade do serviço essencial à população.
Histórico da Greve Programada
A greve que já estava programada pelo Sindicato dos Rodoviários para os próximos dias tem como principais reivindicações a redução da jornada de trabalho dos motoristas de seis horas diárias e um reajuste salarial com ganho real, acima da inflação, a ser aplicado aos salários e outros benefícios da categoria.
Negociações em Impasse
A VISAC esclareceu que os valores da cesta básica e do adicional de cobrança referentes aos primeiros 12 dias de março foram pagos no dia 4 de abril, seguindo o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2024, que expirou em 12 de março, e a decisão do Dissídio Coletivo de Greve publicada em 2 de abril.
A empresa afirma estar em negociação com o sindicato desde fevereiro, tendo apresentado propostas, assegurado a data-base e comunicado a necessidade legal de um novo ACT para manter as cláusulas econômicas. No entanto, o diálogo está paralisado, pois o sindicato insiste em uma jornada diária de 5h30 de trabalho efetivo (6 horas menos 30 minutos de intervalo), o que a empresa considera um grande impacto econômico, técnico e operacional para o sistema.
A VISAC alega que, sem um novo acordo coletivo, está legalmente impedida de realizar pagamentos salariais adicionais, o que poderia gerar “ônus salariais insustentáveis”. A empresa reforça sua abertura à negociação, respeitando o contrato com a prefeitura, o histórico da operação e a decisão judicial publicada em 2 de abril de 2025.
Prefeitura Acompanha a Situação
A Prefeitura de Foz do Iguaçu também se pronunciou sobre a paralisação. Em nota, informou ter tomado conhecimento da situação através da imprensa local e declarou estar acompanhando atentamente os desdobramentos. Embora não seja parte direta nas negociações, a administração municipal enfatizou a importância da continuidade do serviço para a população.
“A Prefeitura acompanha com atenção os desdobramentos da situação e reforça seu compromisso com a população, especialmente com os milhares de cidadãos que dependem do transporte público para suas atividades diárias.” A nota também ressalta o respeito do município à livre organização sindical e aos canais de diálogo, mas adverte que “não hesitará em adotar todas as medidas legais cabíveis, dentro de suas competências, para assegurar a prestação do serviço à população, caso a paralisação venha a se confirmar”.
