(Foto: Mauro Scharnik/IAT-PR)
Venda só de pinhão maduro é exigida para proteger a Araucária
A temporada de colheita, venda, transporte e armazenamento do pinhão no Paraná, liberada pelo Instituto Água e Terra (IAT), começa oficialmente nesta terça-feira (1º). Contudo, a legislação ambiental estabelece que somente pinhões que atingiram a maturação completa podem ser comercializados. O descumprimento desta norma acarreta multa de R$ 300 a cada 50 quilos apreendidos (ou fração equivalente), além de responsabilização por crime ambiental. O IAT é uma autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
Regras de comercialização e proteção da araucária
As diretrizes para a comercialização do pinhão estão definidas na Portaria IAP nº 046/2015, que visa equilibrar a geração de renda com a proteção da araucária, espécie ameaçada de extinção. A queda natural do pinhão no chão permite que animais como a cutia auxiliem na dispersão das sementes, contribuindo para a reprodução da árvore.
Importância da maturação do pinhão
Ivo Czelusniak Good, chefe da Divisão de Fiscalização Ambiental do IAT, enfatiza a importância da plena maturação das pinhas para proteger a reprodução da araucária, considerada em extinção no estado, e para garantir o alimento da fauna que habita as florestas com araucárias. Pinhas imaturas possuem casca esbranquiçada e alta umidade, o que favorece o desenvolvimento de fungos, podendo tornar o pinhão tóxico para o consumo humano, causando problemas como má digestão, náuseas e constipação. A venda de pinhões provenientes de outros estados também é proibida. A safra geralmente se estende de abril a junho.
Fiscalização da temporada
A fiscalização da temporada do pinhão é realizada por agentes do IAT e pelo Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV). Denúncias podem ser feitas à Ouvidoria do IAT, nos escritórios regionais, pelos telefones (41) 3213-3466 e (41) 3213-3873 ou 0800-643-0304, e também à Polícia Ambiental pelo número (41) 3299-1350.
Impacto econômico do pinhão
A cadeia produtiva do pinhão desempenha um papel importante na economia de milhares de famílias paranaenses. Segundo o levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Valor Bruto de Produção (VBP) do pinhão movimentou R$ 22,4 milhões em 2023, dado mais recente disponível. As regiões Central, Sul e Sudoeste do Paraná concentram o maior volume de produção.
Alimento para a fauna
Mauro Scharnik, engenheiro agrônomo e gerente de Restauração Ambiental do IAT, ressalta que, além do consumo humano, o pinhão é uma fonte de alimento crucial para diversos animais terrestres e aves, sendo fundamental para a conservação da fauna local.
Agência Notícias do Estado do Paraná
