Vendas internas impulsionam indústria de máquinas, que vê exportações recuarem no início de 2025

Indústria Máquinas Brasil

(Foto: Canva)

Receita total do setor atingiu R$ 67,5 bilhões de janeiro a março, impulsionada pelas vendas internas que somaram R$ 51,6 bilhões, alta de 18% no período, diz Abimaq. Exportações registraram queda, e importações, com destaque para a China, cresceram significativamente.

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou um desempenho positivo no primeiro trimestre de 2025. A receita de vendas do setor atingiu R$ 67,5 bilhões nos três primeiros meses do ano, o que representa um crescimento de 15,2% em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados nesta última quarta-feira (30) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Indústria de máquinas inicia 2025 com alta na receita

O bom resultado do setor no primeiro trimestre foi impulsionado principalmente pelas vendas no mercado interno. A receita das vendas internas somou R$ 51,6 bilhões de janeiro a março, um valor 18% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Esse desempenho reforça a percepção da Abimaq de um primeiro semestre positivo para a indústria.

No entanto, a entidade também emitiu um alerta em nota, indicando que “começam a surgir sinais de alerta: o setor pode enfrentar maiores dificuldades na segunda metade do ano, em razão dos efeitos cumulativos do aperto monetário e de um ambiente macroeconômico mais desafiador”.

Exportações registram queda global mas crescem em alguns mercados

Apesar do bom resultado nas vendas internas, as exportações do setor registraram um recuo no primeiro trimestre. As vendas para o exterior totalizaram US$ 2,7 bilhões no período, uma queda de 5,8% na comparação com os três primeiros meses de 2024.

Segundo a Abimaq, a queda nas exportações foi sentida principalmente para a América do Norte. No primeiro trimestre de 2025, todos os países desta região reduziram suas aquisições de máquinas e equipamentos do Brasil: os Estados Unidos apresentaram uma queda de 30,2%, o México de 30%, e o Canadá de 27,2%.

Em contrapartida, houve crescimento importante das vendas para outras regiões. As exportações para a Europa cresceram 16,1%, e para a América do Sul, a alta foi de 12,9%. Dentre os países da América do Sul, destacou-se a Argentina, que registrou uma expansão expressiva de 59,3% em suas aquisições, principalmente em máquinas para agricultura e para construção civil, setores relevantes para a economia argentina.

Outro destaque no período foi o crescimento das exportações para a China, que registraram uma alta notável de 203,1%. Com esse aumento, a China passou a ser o 6º principal destino das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos neste primeiro trimestre, elevando sua participação no total das exportações de 1% no mesmo período de 2024 para 3,1%.

Importações em alta e o domínio chinês

As importações de máquinas e equipamentos pelo Brasil também apresentaram alta no primeiro trimestre de 2025, chegando a US$ 7,8 bilhões, um valor 12,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Um ponto de destaque nas importações é o crescimento da participação chinesa. No acumulado de janeiro, fevereiro e março, a participação da China como fornecedor de máquinas e equipamentos para o Brasil saltou para 34%, superando tradicionais fabricantes como Estados Unidos e Alemanha. A Abimaq informou em nota que a participação chinesa cresceu 30,2% ante o primeiro trimestre de 2024.

“Esse reposicionamento revela não apenas uma tendência de longo prazo, mas também o fortalecimento da China como principal polo de fornecimento de máquinas e equipamentos, influenciando diretamente a dinâmica do mercado de bens de capital brasileiro e mundial”, disse a Abimaq, ressaltando a importância crescente da China como fornecedora para o mercado brasileiro.

Com informações de Agência Brasil

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