A pressa que nos envelhece

pressa

Por Davi Moura – Tradicionalista, defensor de valores históricos e familiares.

Vivemos num mundo que idolatra a velocidade. Quanto mais rápido, melhor. Quanto mais produtivo, mais valorizado. A juventude é medida pelo número de abas abertas no navegador, e a maturidade virou quase um obstáculo — como se pensar antes de agir fosse um defeito.

Mas o que estamos perdendo com tanta pressa?

A infância hoje dura menos. A adolescência é engolida por pressões adultas. E o envelhecimento é tratado como falência. Nossos idosos são marginalizados, tratados como fardo, e não como fonte de sabedoria. Em uma sociedade que só valoriza o novo, esquecemos de olhar para trás e para dentro.

Ao desprezarmos o tempo vivido, desprezamos também a experiência, o erro, o silêncio, o conselho. Desprezamos aquilo que não cabe em uma planilha: a alma humana.

É preciso reaprender a viver com calma. Olhar para o tempo como aliado, não como rival. Não temos obrigação de ser geniais aos 20, milionários aos 30 e invencíveis aos 40. A vida tem seus próprios ritmos — e ignorá-los nos custa saúde, relações e, no fim, sanidade.

Ser moderno não precisa significar ser apressado. E ser velho não significa estar atrasado.

A pressa envelhece a alma. E só quem para de correr consegue perceber isso a tempo.

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