Papa Francisco deixa legado de defesa ecológica e dos mais pobres, afirma cardeal, após confirmação oficial da causa da morte

papa Francisco

(Foto: Paulo Pinto)

Santa Sé confirma que pontífice morreu por AVC e colapso cardiovascular; funeral será realizado nos próximos dias, seguido de conclave

Um papa em sintonia com os tempos e com os mais vulneráveis

O papa Francisco, falecido nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, deixou como marca principal de seu pontificado o compromisso com o meio ambiente e com os mais pobres. O arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa, destacou o legado do pontífice argentino, lembrando a escolha do nome Francisco — em referência a São Francisco de Assis — como símbolo da defesa da natureza, da simplicidade e do amor ao próximo.

Durante coletiva de imprensa, dom Paulo afirmou que o papa “percebeu que temos uma casa comum e, por isso, chamava todos de irmãos e de irmãs”. Ele também destacou a importância da encíclica Laudato Si, publicada em 2015, que denuncia a crise ecológica mundial e propõe uma nova relação com a natureza, mais contemplativa e baseada na responsabilidade coletiva.

Voz firme contra a guerra e a intolerância

O papa Francisco também ficou conhecido por sua postura firme em relação às guerras e aos conflitos sociais. Segundo o cardeal, o pontífice considerava o Mar Mediterrâneo um “cemitério de pessoas” e condenava o tratamento dado aos refugiados. Francisco foi incansável em defender o diálogo como solução para os conflitos e alertava sobre o “horror da guerra”.

Em relação à própria Igreja, Francisco protagonizou reformas importantes, com destaque para o enfrentamento aos casos de abuso sexual. Em 2013, criou a Comissão de Proteção à Criança do Vaticano, primeira iniciativa estruturada da Santa Sé para tratar do tema com “tolerância zero”, como frisou o cardeal Paulo Cezar.

Vaticano confirma causas da morte

A Santa Sé confirmou oficialmente que o papa Francisco morreu em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC), seguido de coma e colapso cardiovascular irreversível. O boletim médico, assinado pelo professor Andrea Arcangeli, diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, também menciona um histórico clínico delicado, com insuficiência respiratória aguda, pneumonia bilateral, bronquiectasias, hipertensão e diabetes tipo 2.

A morte foi registrada às 7h35 (horário de Roma), por meio de eletrocardiotanatograma, método usado para identificar o exato momento da parada cardíaca.

Rituais fúnebres e início do conclave

O funeral do papa está previsto para os próximos dias, e o sepultamento deve ocorrer no fim de semana. Após os rituais, o Vaticano entrará em um período de luto oficial de nove dias. Na sequência, será iniciado o conclave, que definirá o novo papa.

A primeira fase do conclave reúne todos os cardeais, independentemente da idade, para discutir os rumos da Igreja. Já a votação, que ocorre na Capela Sistina, é restrita aos cardeais com menos de 80 anos. Embora seja comum que o novo papa seja escolhido entre eles, é possível que um cardeal fora da capela seja eleito.

O cardeal Paulo Cezar Costa estará presente nas cerimônias e nas sessões do conclave, representando o Brasil no processo que definirá o sucessor de Francisco.

Agência Brasil

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