Pirataria de sementes causa rombo de R$ 10 bilhões ao agro, aponta debate em Foz do Iguaçu

Pirataria de Sementes Causa Rombo de R$ 10 Bilhões ao Agro, Aponta Debate em Foz do Iguaçu

(Foto: Divulgação SAA)

Pirataria de sementes causa rombo de R$ 10 bilhões ao agro, aponta debate em Foz do Iguaçu


Congresso Internacional de Sementes das Américas, que reuniu 400 especialistas de 18 países, acende o alerta para os prejuízos do mercado ilegal e discute o futuro da propriedade intelectual no campo.

Foz do Iguaçu foi o palco, nesta semana, de um dos debates mais estratégicos para o futuro do agronegócio global: a propriedade intelectual de sementes. Durante o Congresso de Sementes das Américas, que se encerra nesta quarta-feira (1º), mais de 400 pesquisadores e especialistas de 18 países discutiram os desafios regulatórios e as inovações que moldarão a agricultura nas próximas décadas. O evento jogou luz sobre um problema que causa um prejuízo bilionário ao Brasil: a pirataria de sementes.

O prejuízo de R$ 10 bilhões da pirataria de soja

Um dos dados mais alarmantes apresentados no congresso veio de um estudo da CropLife Brasil: a pirataria de sementes de soja causa perdas estimadas em R$ 10 bilhões por ano no Brasil. Cerca de 11% de toda a área de soja plantada no país utiliza sementes ilegais, uma área equivalente a todo o estado do Mato Grosso do Sul. Além do rombo financeiro, o uso de sementes piratas compromete a produtividade das lavouras, introduz riscos de doenças e enfraquece todo o sistema de inovação que desenvolve novas variedades mais resistentes.

O dilema do campo: royalties vs. semente salva

O combate à pirataria passa por um debate complexo sobre a propriedade intelectual. De um lado, empresas e pesquisadores defendem o pagamento de royalties como forma de garantir o retorno sobre o alto investimento em pesquisa para criar sementes mais produtivas e resistentes às mudanças climáticas. Do outro, há a prática tradicional de muitos agricultores de “salvar” parte da colheita para usar como semente na próxima safra. Encontrar um equilíbrio que incentive a inovação sem prejudicar o pequeno produtor foi o tema central do congresso.

A busca por um padrão internacional e o combate à “cópia”

Para regular essa disputa, organismos como a União Internacional para a Proteção de Obtenções Vegetais (UPOV) estabelecem regras globais. Uma das mais importantes é o conceito de Variedade Essencialmente Derivada (EDV). Esse mecanismo, explicado no evento, impede que uma empresa faça uma pequena alteração em uma semente já protegida e a registre como se fosse uma criação nova, evitando a “cópia” desleal. A adoção de regras claras é vista como essencial para garantir a competitividade e a inovação no setor.

Foz do Iguaçu no centro do debate global

A escolha de Foz do Iguaçu para sediar um evento de tamanha importância não foi por acaso. A cidade, localizada no coração de uma das maiores potências do agronegócio mundial, serviu como o cenário ideal para conectar especialistas da América Latina, BRICS e de outras potências agrícolas. O congresso reforçou a posição do Paraná não apenas como um grande produtor, mas também como um polo de debate e de construção do futuro do campo.

Pirataria de Sementes Causa Rombo de R$ 10 Bilhões ao Agro, Aponta Debate em Foz do Iguaçu
(Foto: Divulgação SAA)

Com informações de Assessoria de Imprensa


Alfredo R. Martins Jr. é jornalista e a voz principal do Jornal O Paranaense. Formado em Comunicação Social com especializações em Marketing e Gestão de Comunicação, possui mais de 17 anos de experiência na análise do cenário paranaense. Sua missão é traduzir a complexidade da política, economia e cultura do estado em informação clara, acessível e relevante para o leitor.
Alfredo R. Martins Jr.

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