O silêncio que nos falta

o silencio

Por Davi Moura – Tradicionalista, defensor de valores históricos e familiares.

Vivemos tempos barulhentos. Não apenas pelo ruído das ruas, das buzinas ou das sirenes — mas pelo excesso de opinião, de urgência, de informações jogadas aos quatro ventos sem nenhum filtro, sem nenhuma profundidade. Nunca se falou tanto. E, paradoxalmente, nunca se pensou tão pouco.

O silêncio, antes sinal de sabedoria, passou a ser confundido com fraqueza. A pausa, antes necessária para refletir, tornou-se um luxo obsoleto diante da pressa. A contemplação, antes virtude, virou motivo de chacota entre os apressados da era digital.

As crianças já não aprendem a ouvir. Os adultos já não sabem dialogar. E as famílias, antes reunidas ao redor da mesa para a partilha da vida, agora se dispersam em telas que mais afastam do que aproximam.

É curioso: quanto mais tecnologia temos, menos humanidade preservamos. Perdemos o tato, o olhar, o tempo. E com isso perdemos também os valores que moldaram nossa história: o respeito, o dever, a honra, a verdade.

O progresso que não carrega consciência é só barulho. A modernidade sem memória é só confusão. Precisamos urgentemente reencontrar o eixo — e talvez isso comece por reaprender a escutar o silêncio. Ele ainda tem muito a dizer.

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