Por Rafael Vilar – Jovem, inquieto e conectado ao ritmo das cidades.
A cidade não é apenas onde a gente mora — é onde a gente se molda, se espreme, se perde, se reconstrói.
Quem vive nas grandes cidades sabe: o concreto pesa nos ombros e também nos olhos. A pressa virou modo de existir. As filas, os trens lotados, o Wi-Fi que falha no exato segundo em que tudo era urgente. A cidade respira, mas ofegante. E a gente vai junto, no mesmo ritmo.
O trânsito é só um sintoma. A verdade é que estamos todos engarrafados por dentro.
A cidade virou um território de urgência e isolamento. Estamos cercados de gente, mas sozinhos. Conectados o tempo todo, mas emocionalmente offline. Ninguém olha nos olhos — mas todo mundo sabe onde você jantou ontem, porque estava nos stories.
A arquitetura já não é pensada para acolher, mas para separar. Condôminos com cercas elétricas, praças abandonadas, centros comerciais fechados. A vida pública está sendo privatizada, e ninguém percebe porque o conforto individual parece mais importante que o convívio coletivo.
O que sobra disso tudo é uma pergunta incômoda: estamos vivendo ou apenas tentando sobreviver no meio de concreto, fumaça e notificações?
A cidade nos atravessa. Mas será que ainda conseguimos atravessar a cidade com algum senso de pertencimento?
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