(Foto: Calfor/Divulgação)
A aposta certa: foco em calçados de proteção impulsiona a indústria calçadista do Paraná
Enquanto o setor nacional foca na moda, empresas paranaenses crescem ao se especializarem em botas e sapatos de segurança para o agronegócio e a construção civil; setor produziu 12,6 milhões de pares em 2024.
O Paraná está trilhando um caminho de sucesso na indústria calçadista brasileira ao apostar em um nicho de alto valor: os calçados de proteção. Enquanto grande parte do setor nacional se concentra em calçados casuais e de moda, as 113 indústrias paranaenses especializaram-se em botas e sapatos de segurança, atendendo à forte demanda do agronegócio e da construção civil.
A estratégia tem dado certo: em 2024, o estado produziu 12,6 milhões de pares, movimentando R$ 682 milhões e registrando um crescimento de 22% em relação ao período pré-pandemia.
O nicho de ouro: a força dos calçados de proteção
A especialização em calçados de segurança, que representam 85% da produção paranaense, tem sido o motor do crescimento. A força do agronegócio e da construção civil no estado e no Brasil garante uma demanda constante e crescente por Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
“O setor de segurança traz inúmeras possibilidades, porque muitos segmentos demandam esses materiais em toda a cadeia de produção”, analisa Luciano Simas, diretor-comercial da Calfor Brasil, uma das gigantes do setor no estado.
O exemplo da capital: investimento e tecnologia na Calfor
Com sede em Curitiba, a multinacional Calfor está realizando em 2025 o maior investimento de sua história: US$ 8 milhões em um novo centro de distribuição e em novas tecnologias de produção. O objetivo é trazer para o mercado brasileiro o mesmo padrão de qualidade, conforto e design dos calçados de segurança europeus. “O usuário vem exigindo do mercado produtos que protejam, garantam segurança, mas que também proporcionem conforto para o colaborador”, explica Simas.
A força do interior e o desafio da mão de obra
No Oeste do Paraná, em Pato Bragado, a Calçados Beira Lago cresce de 15% a 20% ao ano com 95% de sua produção voltada para o trabalhador rural. O sucesso, no entanto, esbarra em um desafio. “Podíamos estar crescendo até mais, se tivéssemos mão de obra.
A indústria calçadista é de muita manufatura, não tem máquina que substitua, então dependemos muito de pessoal”, revela o sócio-proprietário, Isair Antônio Gasparin, apontando a dificuldade de contratação em cidades pequenas como um freio para a expansão.
Mercado externo: Paraguai e Uruguai lideram compras
Além do forte mercado interno, a indústria calçadista paranaense também tem uma presença consolidada no mercado internacional, especialmente na América do Sul. De acordo com dados do Ministério da Indústria e Comércio, em 2024, os principais destinos dos calçados paranaenses foram o Paraguai, com compras de US$ 4,2 milhões, e o Uruguai, com US$ 3,9 milhões. Essa corrente de exportação reforça a competitividade do produto fabricado no Paraná.
Com informações de Agência de Notícias do Governo do Paraná
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