Brasil analisa rompimento de relações militares com Israel devido à guerra em Gaza

Brasil Analisa Rompimento de Relações Militares com Israel Devido à Guerra em Gaza

(Foto: Mahmoud Issa)

Brasil analisa rompimento de relações militares com Israel devido à guerra em Gaza


Em resposta às ações de Tel Aviv em Gaza, classificadas como genocídio, o governo brasileiro, por meio do presidente Lula e sua assessoria, considera suspender contratos e cooperação militar, em vez de um rompimento diplomático completo.

O governo brasileiro está avaliando a possibilidade de romper as relações militares com Israel. A medida seria uma resposta direta às ações de Tel Aviv na Faixa de Gaza, que o Executivo brasileiro tem classificado como um genocídio do povo palestino. A informação foi confirmada pela Assessoria Especial da Presidência da República nesta quinta-feira (12 de junho de 2025).

Coerência com princípios humanitários

Celso Amorim, assessor-chefe especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarou que é crucial que o país adote medidas coerentes com seus princípios humanitários. “Pessoalmente, acredito que a escalada dos massacres em Gaza, que constituem verdadeiro genocídio com milhares de civis mortos, incluindo crianças, é algo que não pode ser minimizado. O Brasil precisa, inclusive, por meio das medidas apropriadas, ser coerente com os princípios humanitários e de direito internacional que sempre defendeu”, afirmou Amorim.

Nesta semana, Amorim se reuniu com um grupo de 20 parlamentares e outras lideranças que pressionam o governo a romper relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel.

No início deste ano, o governo já havia demonstrado sua insatisfação ao cancelar a compra de blindados israelenses prevista pelo Ministério da Defesa, justamente em função da situação em Gaza.

O governo avalia que um rompimento completo das relações diplomáticas seria uma decisão delicada e complexa, com potencial para prejudicar tanto os brasileiros que residem em Israel quanto os palestinos, ao encerrar a possibilidade de contato direto com Tel Aviv. Por essa razão, a suspensão de relações militares, incluindo contratos e cooperação nesse setor, é vista como uma resposta mais adequada à escalada da violência e ao cerco à Faixa de Gaza e aos palestinos, bem como à expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional.

Brasil Analisa Rompimento de Relações Militares com Israel Devido à Guerra em Gaza
(Foto: Roque de Sá)

Pressão social e política por sanções

Ao sair da reunião com Celso Amorim, a deputada Natália Bonavides (PT-RN), que articulou o encontro, indicou que o governo está estudando essas medidas e pode anunciar “nos próximos dias” ações relacionadas ao tema.

“Simplesmente, um extermínio que está sendo televisionado. O Brasil tem tido um papel importante nesse tema ao longo da história. E o presidente Lula, inclusive, vem denunciando o genocídio desde o início e viemos pedir que o Brasil tome medidas efetivas, adote sanções, que inclusive são respaldadas pelo direito internacional. É desumano. Se a gente naturaliza a barbárie, a maldade no mundo não tem limites”, publicou a deputada em uma rede social.

O movimento pelo rompimento das relações entre Brasil e Israel tem crescido significativamente. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) publicaram uma carta aberta ao governo, solicitando que a Petrobras suspenda a venda de petróleo ao governo de Israel.

“Hoje, é evidente a necessidade urgente de um embargo global total de energia e armas para frear o genocídio, além de desmantelar o apartheid e a ocupação ilegal por Israel. Exigir a responsabilização por crimes de guerra e impor sanções não apenas como um dever moral, mas também como responsabilidade legal de todos os Estados”, afirmaram as federações em nota conjunta.

O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), liderado por palestinos, tem defendido há anos o boicote contra Israel em resposta à ocupação da Cisjordânia e ao cerco contra a Faixa de Gaza, que ocorre pelo menos desde 2007.

Israel, por sua vez, considera o BDS uma ameaça à sua existência e encara o movimento como uma tentativa de deslegitimar o Estado israelense perante a comunidade internacional, além de visar prejudicar sua economia.

Com informações de Agência Brasil


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