Cuidar da terra é cuidar de gente

Cuidar da terra é cuidar de gente

Por Livia Andrade – Engajada, feminista e com olhar social afiado.

O Brasil bate recordes de exportação de grãos, mas segue convivendo com a fome. O agronegócio se gaba de alimentar o mundo, mas se esquece de alimentar sua própria gente. A monocultura avança sobre a floresta, sobre os rios, sobre os povos — e nos vendem isso como progresso.

Mas progresso para quem?

Não se trata de demonizar o produtor rural, mas de encarar a verdade: o modelo atual é insustentável. Ambientalmente, economicamente e socialmente. Queimamos reservas naturais, expulsamos comunidades tradicionais e concentramos a terra em poucas mãos.

Enquanto isso, indígenas seguem sendo assassinados, quilombolas desrespeitados e pequenos agricultores abandonados à própria sorte.

A crise climática já chegou. Está nos deslizamentos, nas estiagens, nas enchentes que destroem cidades inteiras. Mas parece que só reagiremos quando o último rio secar, como diz a profecia indígena.

É hora de pensar política ambiental com coragem. Incentivar a agricultura familiar, valorizar a agroecologia, ouvir os povos originários, rever prioridades. Porque cuidar da terra não é pauta ideológica — é questão de sobrevivência.

Não se trata de salvar o planeta. O planeta vai sobreviver. Nós é que talvez não.

Alfredo R. Martins Jr. é jornalista e a voz principal do Jornal O Paranaense. Formado em Comunicação Social com especializações em Marketing e Gestão de Comunicação, possui mais de 17 anos de experiência na análise do cenário paranaense. Sua missão é traduzir a complexidade da política, economia e cultura do estado em informação clara, acessível e relevante para o leitor.
Alfredo R. Martins Jr.

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