Mais vidas salvas: Paraná é líder nacional em doação e transplante de órgãos

doação e transplante de órgãos

(Foto: Casa Militar)

Estado alcançou 42,3 doadores por milhão de habitantes em 2024, mais que o dobro da média brasileira, segundo dados da ABTO.

Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná se destaca como líder nacional em doação de órgãos, registrando 42,3 doadores por milhão de habitantes (pmp) em 2024. Esse índice, divulgado nesta quinta-feira (10) pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) através do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), é mais que o dobro da média do Brasil, que ficou em 19,2 pmp. O estado também lidera o indicador de doadores cujos órgãos foram efetivamente transplantados, com 36 pmp, superando a média nacional de 17,5 pmp.

Solidariedade e Esperança em Números

Os dados do RBT não representam apenas estatísticas, mas sim histórias de solidariedade e a esperança renovada para centenas de pacientes que aguardam na fila por um transplante. No Brasil, a decisão de doar órgãos após a confirmação da morte encefálica depende da autorização familiar, mesmo que o desejo de ser doador tenha sido manifestado em vida. O Paraná se sobressai nesse aspecto, apresentando a menor taxa de recusa familiar do país, com apenas 28%, enquanto a média nacional é de 46%.

Paraná: Estado de Gente Solidária

“Para nós é motivo de muito orgulho manter esse destaque em doações e transplantes de órgãos. Os números demonstram mais uma vez que o Paraná é um Estado de gente muito solidária, que mesmo na dor, num momento de perda, ainda coloca a vida de outras pessoas em primeiro lugar”, celebra o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Destaque em Transplantes e Doação Efetiva

Em números absolutos, o Paraná contabilizou 500 doadores efetivos em 2024, o que possibilitou a realização de 903 transplantes de órgãos e 1.248 transplantes de córneas. O estado também alcançou a segunda posição em número de transplantes de órgãos pmp, considerando doadores vivos e falecidos, com uma taxa de 76,4 pmp para doadores vivos e 70,9 pmp para doadores falecidos.

Testemunhos de Doação e Transplante

Márcia Soeli Pereira, residente de Pato Branco, compartilhou sua experiência de dor e generosidade ao aceitar a doação dos órgãos de seu filho de 37 anos, vítima de um aneurisma cerebral. “Eu aceitei doar todos os órgãos do meu filho e ele salvou três vidas com o fígado e os dois rins. Peço às pessoas que doem porque isso é um incentivo a mais para continuarmos vivendo”, emocionou-se Márcia.

Alessandra Rosa da Silva, moradora de Curitiba, recebeu um transplante de coração em outubro de 2024 após dois anos e cinco meses de espera. “Pra quem precisa de transplante sabe que é um momento triste, que a família do doador está passando, mas se puderem doar tem muita gente precisando mesmo, e para quem vai receber é uma bênção”, disse Alessandra.

Jair Cabral de Souza, de Pinhais, também teve sua vida transformada por um transplante cardíaco, realizado apenas três meses após descobrir a gravidade de sua condição. “Se não tivesse surgido essa doação, hoje eu não estaria aqui dando esse testemunho, por isso é muito importante que as famílias se conscientizem a doar”, afirmou Jair.

Investimento em Capacitação e Estrutura

Para manter a excelência no sistema de transplantes, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e o Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR) investem continuamente em capacitação de profissionais e em uma robusta estrutura. Em 2024, foram realizados diversos cursos e palestras para profissionais de saúde, abrangendo temas como determinação de morte encefálica, processo de doação, acolhimento familiar e atuação em centro cirúrgico. O SET/PR conta com uma ampla rede de hospitais notificantes, equipes transplantadoras, laboratórios e bancos de tecidos, além de ter recebido um significativo investimento na renovação da frota de veículos para agilizar o transporte de órgãos. O estado também dispõe de estrutura aérea para transporte emergencial, realizando centenas de missões e transportando milhares de órgãos desde 2019.

Fila de Espera por Órgãos

Apesar dos avanços, a fila de espera por órgãos ainda é grande no Brasil, com 67.879 pacientes ativos, sendo 3.401 no Paraná, de acordo com o RBT. Dados do SET/PR indicam um número ainda maior no estado, com 3.843 pacientes aguardando por um órgão, sendo a maior demanda por rim e córneas.

Agência Notícias do Estado do Paraná

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