(Foto: SEJU-PR)
Realizado pelo Governo do Estado e coordenado pela Secretaria da Justiça e Cidadania, o programa oferta capacitação gratuita e bolsa-auxílio a migrantes e pessoas em situação de rua para viabilizar o ingresso no mercado de trabalho; primeiro ciclo foi em Curitiba, e neste segundo, em Maringá, participam migrantes da Nigéria, Venezuela, Guiné Equatorial, Haiti e Colômbia, além de brasileiros.
O programa Cuida Paraná, uma importante iniciativa do Governo do Estado coordenada pela Secretaria da Justiça e Cidadania, deu início ao seu segundo ciclo nesta semana, agora na cidade de Maringá, no Noroeste do Estado. O programa, que tem como público-alvo migrantes e pessoas em situação de rua, começou as atividades com 128 alunos, todos movidos por um objetivo em comum: qualificar-se para ingressar no mercado de trabalho e, muitos, com o desejo de empreender, gerando emprego e renda.
Qualificação para o mercado de trabalho em Maringá
Após ter formado 110 alunos em seu primeiro ciclo, realizado em Curitiba no ano de 2024, o Cuida Paraná expande sua atuação neste segundo ciclo, contemplando as cidades de Maringá, Ivatuba e Astorga. Em Maringá, o grupo de alunos é diversificado, incluindo tanto brasileiros quanto migrantes de diferentes nacionalidades, como Nigéria, Venezuela, Guiné Equatorial, Haiti e Colômbia, criando um ambiente rico em trocas culturais e experiências.
A formação ofertada pelo programa é focada na área de Auxiliar de Manutenção Predial, abrangendo noções práticas e teóricas de seis profissões essenciais: carpinteiro, eletricista, encanador, pintor, pedreiro e jardineiro. As aulas incluem conteúdos sobre direitos humanos e conhecimentos técnicos, com a parte prática ministrada pelo Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional, garantindo a qualidade do aprendizado.
Benefícios e expectativas dos alunos
O programa Cuida Paraná oferece suporte significativo aos alunos ao longo dos três meses de duração do curso. Além da qualificação profissional gratuita, os participantes recebem uma bolsa-auxílio de R$ 3 mil, vale-transporte e vale-alimentação, proporcionando as condições necessárias para que possam se dedicar integralmente ao aprendizado sem as preocupações financeiras imediatas.
As expectativas dos alunos são altas, refletindo a importância da oportunidade em suas vidas. Elisangela de Souza, mãe e trabalhadora, vê no programa a chance de uma segunda renda e de superar dificuldades do mercado de trabalho. “A gente tem dificuldade para arranjar serviço devido à idade, e quem tem filhos não tem condições de ficar oito horas por dia numa empresa para ganhar salário mínimo”, disse ela. “Quero aprender tudo o que o programa propõe ensinar para poder prestar serviço e ter mais uma renda. Para mim é muito importante, a gente precisa desses incentivos”, afirmou. Carmem Cana, migrante da Venezuela há quatro anos no Paraná, acredita na produtividade da formação. “Esse aprendizado será muito importante pra mim. Eu quero aprender para empreender, e agradeço pela oportunidade”, afirmou.
O nigeriano Talabi Adesoji, residente no Brasil há dois anos e que trabalha com música, expressou sua ansiedade para começar o curso e ampliar seus horizontes. “Acredito que vai ser algo maravilhoso. Vamos aprender sobre princípios básicos de manutenção predial e vai ser muito útil para nossa carreira”, afirmou. Fernando Esono Nsogo, 26 anos, da República da Guiné Equatorial, que está no Brasil há 5 anos, ressaltou a importância do acolhimento a migrantes por meio de programas sociais como o Cuida Paraná. Ele vê a qualificação como um degrau essencial para uma vida digna e a realização de sonhos: “É uma forma de nos sentirmos incluídos e, com a qualificação profissional, teremos não só mais oportunidades de trabalho, mas também maiores expectativas de vida para alcançarmos os nossos objetivos”, destaca.
Para Suelei de Souza dos Santos, o curso vai além da qualificação, representando um exercício da cidadania. “Temos que prestar atenção às oportunidades de adquirir conhecimento, não nos acomodar e correr atrás”, disse ela. Suelei acredita que aproveitar essas chances é um direito e um ato de cidadania, refutando a ideia de que faltam oportunidades por parte do governo ou instituições. “Com a formação do Cuida Paraná, vamos estar preparados para uma nova profissão, para ajudar as pessoas, a nossa comunidade e para fazer consertos nas nossas próprias casas. Então acho que toda oportunidade é válida”, afirmou.
Impacto na vida e a preservação
O secretário estadual da Justiça e Cidadania, Santin Roveda, destacou a sintonia do programa com as demandas do Estado e seu impacto na vida dos participantes. “É muito satisfatório ver que o nosso trabalho está sintonizado com as demandas do Estado e, de fato, é uma mão estendida àqueles que precisam”, enfatizou o secretário. Roveda acredita que a qualificação profissional oferecida pelo Cuida Paraná pode ser um ponto de virada na vida dos alunos: “é isso que esperamos, que elas consigam emprego e se desenvolvam cada vez mais”.
Além de qualificar profissionais, o programa Cuida Paraná também contribui para a preservação do patrimônio público. As aulas práticas de manutenção predial acontecem em estruturas físicas de escolas estaduais e centros socioeducativos, onde os alunos realizam reparos e manutenções, colocando em prática o aprendizado e beneficiando as instituições. Em Maringá, os locais são o Centro de Socioeducação, a Universidade Estadual de Maringá (UEM), o Colégio Estadual Presidente Kennedy e o Colégio do Distrito Floriano. Em Ivatuba, as aulas práticas ocorrem no Colégio Estadual São Francisco de Assis, e em Astorga, no Colégio Estadual Rui Barbosa.
Agência Notícias do Estado do Paraná
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