(Foto: Divulgação PCPR)
Operação em Ponta Grossa revela a nova fronteira do narcotráfico: o “delivery” de drogas pelos Correios
PCPR prende 23 pessoas em organização que vendia entorpecentes por aplicativos e os enviava para todo o país; entenda o crime, as penas e o crescimento desta modalidade silenciosa.
Uma megaoperação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), deflagrada na última quinta-feira (18), desmantelou uma sofisticada organização criminosa baseada em Ponta Grossa que se especializou em uma nova e crescente modalidade de crime: o “tráfico digital”. O grupo utilizava aplicativos de mensagens para vender drogas e o sistema dos Correios para distribuí-las para diversos estados do país. A ação, que resultou na prisão de 23 pessoas, expõe uma faceta cada vez mais comum do narcotráfico, que busca o aparente anonimato da internet para expandir suas operações.
Megaoperação desarticula rede de “delivery” de drogas
Com o apoio da Polícia Militar, a operação cumpriu 29 mandados de busca em Ponta Grossa e Curitiba. Além das 23 prisões, foram apreendidos três veículos, dinheiro, celulares e diversas porções de drogas. A investigação, que durou quase um ano, mapeou uma estrutura criminosa hierarquizada que usava motoristas de aplicativo para entregas locais e o serviço postal para alcançar clientes em outros municípios e estados. “Conseguimos desarticular essa organização com atuação dentro e fora do Paraná”, afirmou o delegado Nagib Nassif Palma.
O “tráfico digital”: uma ameaça crescente e silenciosa
A modalidade criminosa revelada pela operação em Ponta Grossa é uma tendência nacional. Dados da Polícia Federal e de secretarias de segurança indicam que as apreensões de drogas em centros de distribuição postal cresceram mais de 150% nos últimos três anos no Brasil. As organizações criminosas são atraídas pela capilaridade dos Correios e pela falsa sensação de segurança. “O tráfico digital tem sido utilizado por permitir uma atuação silenciosa”, destaca a delegada Grazieli Schmitz. Para combater a prática, a PCPR e os Correios têm intensificado o uso de cães de faro e scanners de raio-x, tecnologia que foi fundamental para o início desta investigação.
As leis e as penas: o que os presos vão enfrentar
Os 23 detidos na operação não responderão apenas por um crime, mas por um conjunto deles, com penas que se somam. A situação jurídica dos envolvidos inclui:
- Tráfico de Drogas (Art. 33 da Lei 11.343): Crime com pena de 5 a 15 anos de reclusão.
- Associação para o Tráfico (Art. 35): Delito adicional, com pena de 3 a 10 anos, aplicado quando duas ou mais pessoas se unem para traficar.
- Organização Criminosa (Lei 12.850): Crime que se caracteriza pela estrutura ordenada e divisão de tarefas, com pena de 3 a 8 anos. A condenação por múltiplos crimes pode resultar em longas penas de prisão em regime fechado.
Uma investigação de quase um ano
A complexa operação foi o desdobramento de uma investigação iniciada em novembro de 2024. A ponta do novelo foi a interceptação de 17 pacotes com maconha e haxixe em um centro de distribuição, identificados por um cão de faro da PCPR. A partir dali, os investigadores conseguiram mapear toda a rede, identificar seus membros e entender o funcionamento do esquema, que culminou na desarticulação do grupo nesta semana. As investigações ainda prosseguem.

Com informações de Agência de Notícias da Polícia Civil do Paraná
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