(Foto: Jonathan Campos)
Paraná no mapa global da arte: Governador oficializa vinda do Centre Pompidou para Foz do Iguaçu
Governador Ratinho Junior oficializa em Paris a parceria para a construção do museu de arte moderna e contemporânea, com investimento de R$ 200 milhões e previsão de inauguração em 2027, colocando o Estado no circuito cultural mundial.
O Centro Pompidou Paraná será o nome oficial do futuro museu internacional de arte que será instalado em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado. Esta será a primeira unidade satélite das Américas do renomado museu francês Centre Pompidou, uma das mais prestigiadas instituições de arte moderna e contemporânea do mundo. A oficialização da parceria foi confirmada nesta quarta-feira (28), em Paris, pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e o presidente da instituição, Laurent Le Bon.
O ato marca uma nova etapa na parceria iniciada em 2022 e solidifica a posição de Foz do Iguaçu na estratégia internacional do Pompidou, que já possui unidades em cidades como Málaga (Espanha), Bruxelas (Bélgica), Xangai (China), Alula (Arábia Saudita) e, em breve, Seul (Coreia do Sul).
“Hoje é um dia histórico, com o anúncio oficial da vinda do Centro Pompidou à cidade de Foz do Iguaçu. Será uma grande oportunidade de trazer grandes exposições ao Paraná, colocando o Estado no circuito internacional de museus”, afirmou Ratinho Junior. “O Centro Pompidou está entre os cinco maiores museus do planeta e a unidade do Paraná será a primeira no hemisfério Sul. É um marco que coloca Foz do Iguaçu, e o Paraná como um todo, no mapa da cultura mundial”.
Com investimento estimado em cerca de R$ 200 milhões por parte do Governo do Estado, o museu será construído em um terreno cedido pela CCR Aeroportos, ao lado do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A previsão é publicar a licitação ainda neste ano, com inauguração esperada para 2027.
Colaboração internacional e impacto cultural
O acordo firmado prevê uma cooperação inicial de cinco anos com o Centre Pompidou, que desde 2022 já oferece apoio técnico como consultor no desenvolvimento do conceito curatorial e arquitetônico do espaço. O plano de trabalho também inclui a estruturação de ações educativas, focadas na formação de públicos, professores e profissionais da cultura.
A secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, destacou o pioneirismo do Paraná na construção de uma parceria desse porte: “É um momento histórico por se tratar do primeiro museu internacional da América Latina. Essa vinda é resultado de uma visão de vanguarda e de um trabalho muito intenso e dedicado das equipes envolvidas para consolidar o projeto, que está bem avançado. A expectativa é abrirmos a licitação ainda neste ano”.
Laurent Le Bon, presidente do Centre Pompidou, expressou sua satisfação: “Assinamos o acordo para o novo Centro Pompidou do Paraná, em Foz do Iguaçu, o que é histórico, porque a unidade do Paraná terá o DNA do Centre Pompidou de Paris, mas com uma nova arquitetura que conecta a arte à natureza. Estamos muito contentes com essa parceria”.
A iniciativa também integra a Temporada França-Brasil 2025, que celebra os 200 anos de laços culturais entre os dois países, reforçando a posição do Paraná na cena artística internacional.
Centro multidisciplinar com foco na América Latina
Fiel ao espírito do Centre Pompidou de Paris, inaugurado em 1977, o novo espaço no Paraná terá uma programação multidisciplinar. Incluirá exposições de arte moderna e contemporânea, apresentações cênicas, festivais, ciclos de cinema, conferências e residências artísticas.
A proposta é dar destaque à produção artística da América Latina e valorizar o dinamismo cultural da Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). A localização estratégica, próxima às Cataratas do Iguaçu – uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo e Patrimônio da Humanidade da Unesco – reforça o potencial turístico e simbólico do projeto.
A expectativa é que o público brasileiro tenha acesso a parte do vasto acervo do Centre Pompidou (cerca de 140 mil obras), além de mostras que dialoguem com a produção cultural latino-americana e de outros países do Sul Global.
“Nossa intenção é que o Centre Pompidou Paraná seja um ponto de encontro: para estudantes das nossas escolas públicas, para artistas em formação e em consolidação, para visitantes do mundo inteiro e, sobretudo, para quem acredita que a arte é uma ferramenta de transformação social”, define Carolina Loch, diretora de implantação do Centro Pompidou Paraná.
Arquitetura sustentável e próximos passos
O projeto arquitetônico está sob a responsabilidade do renomado arquiteto paraguaio Solano Benítez, premiado com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 2016. Benítez é conhecido pelo uso criativo de materiais sustentáveis como o tijolo cerâmico e propõe uma construção que se integre ao território e valorize soluções de baixo impacto ambiental.
O espaço contará com uma praça pública, salas de exposição, áreas para espetáculos, ateliês educativos, biblioteca de pesquisa, laboratórios artísticos, loja e restaurante. A expectativa é que o projeto final seja apresentado no segundo semestre deste ano, quando também deve ocorrer a licitação para definir a empresa responsável pela execução das obras.
Com a oficialização do nome, os próximos passos incluem o lançamento da identidade visual e da marca definitiva do museu, previsto para setembro, junto com a publicação do edital de construção. Até lá, os trabalhos técnicos e curatoriais em conjunto com o Centre Pompidou seguem em andamento.
