(Foto: Bruno Perez)
Pix sem fronteiras: o “jeitinho” brasileiro que permite pagar contas no exterior
Fintechs criam sistema que permite a brasileiros pagar com Pix em lojas e restaurantes na Argentina, Paraguai, EUA e Europa; veja como funciona e por que a tecnologia é considerada “imparável”.
O sistema de pagamentos instantâneo preferido dos brasileiros, o Pix, está rompendo fronteiras. Graças a soluções criadas por empresas de tecnologia financeira (fintechs), turistas do Brasil já conseguem usar o Pix para pagar compras e serviços em dezenas de países, com a mesma facilidade que têm em casa.
A modalidade, que já é comum em destinos como Ciudad del Este e Buenos Aires, agora se expande rapidamente para a Europa e os Estados Unidos, transformando a experiência de viagem e o uso de moedas estrangeiras.
Da fronteira com Foz ao restaurante em Buenos Aires
Para os paranaenses que cruzam a fronteira, a novidade já é uma realidade. “No Paraguai, em quase todos os lugares aceitavam, nas lojas grandes aceitavam sempre”, conta a dentista Tuanny Noronha, que esteve em Ciudad del Este e relata que mais de 90% das lojas já oferecem a opção.
A praticidade se estende a outros destinos, como Buenos Aires, onde ela também utilizou o sistema em restaurantes. O grande benefício, além de não precisar carregar dinheiro em espécie, é a transparência na conversão do câmbio no ato da compra.
Como funciona? A mágica da conversão instantânea
Oficialmente, o Pix só funciona entre contas brasileiras. A “mágica” acontece por meio de empresas intermediárias, como a PagBrasil. O empresário Alex Hoffmann, CEO da fintech, explica: “O lojista digita o valor em moeda local na maquininha, e o QR Code já aparece na tela com o valor convertido para o real, com o IOF embutido.
O cliente escaneia, paga em reais da sua conta no Brasil, e a nossa empresa faz a remessa internacional para o lojista”. O câmbio é garantido na hora, diferente do cartão de crédito, cuja cotação só é definida no fechamento da fatura.
A conquista dos Estados Unidos e da Europa
O que começou nos países vizinhos, agora ganha o mundo. Já é possível encontrar a opção de pagamento com Pix em locais com grande fluxo de turistas brasileiros em Portugal, França e Chile. O passo mais recente e ambicioso é a entrada nos Estados Unidos.
Uma parceria entre a PagBrasil e a Verifone, a maior operadora de maquininhas dos EUA, permitirá que grandes lojas, parques temáticos e outros estabelecimentos na Flórida e em Nova York passem a aceitar o método de pagamento brasileiro, de olho nos mais de 2 milhões de turistas do Brasil que visitam o país anualmente.
“Imparável”: o futuro do Pix internacional
O avanço do Pix no exterior ocorre mesmo em meio a tensões comerciais. Apesar de o governo americano ter citado o Pix como uma “prática desleal” do Brasil, especialistas acreditam que a expansão é “imparável”. “Estamos incentivando o turismo de brasileiros gastando nos Estados Unidos.
Não tem como parar a história. O Pix é o sistema de pagamentos mais versátil do mundo“, argumenta Hoffmann. Enquanto isso, o Banco Central do Brasil estuda uma integração futura do Pix com o sistema Nexus, uma plataforma global que poderá, um dia, criar um “Pix Internacional” oficial.
Com informações de Agência Brasil
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