(Foto: PCPR)
Proteger é dever: PCPR orienta população sobre prevenção e denúncia no Maio Laranja
No mês dedicado à conscientização sobre esse tema, a Polícia Civil do Paraná reforça a importância da atenção, do diálogo e da denúncia. É essencial que familiares não tentem agir por conta própria, o que pode atrapalhar o trabalho da polícia e comprometer provas.
Durante o Maio Laranja, campanha nacional de conscientização sobre o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) intensifica as orientações à população, reforçando a importância da atenção, do diálogo e da denúncia como ferramentas essenciais na proteção de meninos e meninas.
A violência contra crianças e adolescentes pode se apresentar de diversas formas – física, emocional, sexual ou por negligência – e, muitas vezes, os sinais podem ser sutis e passar despercebidos até mesmo por quem convive diariamente com a vítima.
Sinais de alerta e atenção ao ambiente virtual
Segundo o delegado Rodrigo Rederde, é fundamental que pais, professores e outros profissionais que lidam com crianças e adolescentes observem com atenção mudanças no comportamento. Alguns sinais que podem indicar que algo está errado incluem queda repentina no rendimento escolar, isolamento social, aumento da agressividade, medo sem motivo aparente, retorno a comportamentos típicos da primeira infância (como urinar na cama) ou um interesse precoce e inadequado por temas ligados à sexualidade.
No caso específico de adolescentes, o ambiente virtual exige um cuidado ainda maior. Jogos online, redes sociais e aplicativos de mensagens podem ser utilizados por agressores para abordar e manipular vítimas, praticando violência psicológica ou sexual. “É essencial que os pais conheçam e acompanhem o uso dessas plataformas”, orienta o delegado, destacando a necessidade de supervisão e diálogo sobre o uso seguro da internet.
A importância da denúncia correta
A identificação de possíveis situações de abuso ou exploração exige sensibilidade e, principalmente, o conhecimento sobre como agir corretamente. É comum que familiares, ao suspeitar de algo estranho, sintam a necessidade de investigar por conta própria ou confrontar diretamente um suspeito. No entanto, a PCPR alerta que essa atitude pode ser prejudicial ao trabalho da polícia e, em muitos casos, comprometer provas essenciais para a investigação e a responsabilização do agressor.
“Temos casos em que pais, ao tentarem conversar com o agressor ou acessar conversas online, dificultam o andamento da investigação. O correto é sempre procurar as autoridades competentes”, reforça o delegado Rederde.

Como e onde denunciar
Ao suspeitar de qualquer forma de violência contra crianças ou adolescentes, o primeiro e mais importante passo é registrar um boletim de ocorrência (BO). No Paraná, o BO pode ser feito em qualquer delegacia da Polícia Civil. Em cidades de maior porte, os casos são frequentemente encaminhados aos Núcleos de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), unidades especializadas com equipes treinadas para lidar com esses casos de forma sensível e eficaz. Em municípios menores, as delegacias locais estão capacitadas para receber as denúncias e iniciar as investigações.
A denúncia pode ser feita de forma anônima, garantindo o sigilo e a segurança do denunciante, pelos telefones 181 (Disque-Denúncia) ou 197 (PCPR). Uma vez registrado o BO, a criança ou adolescente vítima passa por uma escuta especializada, conduzida por psicólogos com o objetivo de acolher e obter informações sem causar revitimização. Este procedimento é crucial para dar início à investigação formal, que inclui a coleta de provas, depoimentos de pessoas próximas e, quando necessário, a análise de informações digitais.
Prevenção através do diálogo
Além da ação repressiva, a prevenção é um pilar fundamental no combate à violência contra crianças e adolescentes. A PCPR recomenda que famílias e escolas trabalhem juntas para criar e manter espaços de diálogo abertos e constantes. É essencial que crianças e adolescentes se sintam seguros e confiantes para conversar com adultos de confiança sobre qualquer situação que os incomode ou os faça sentir medo. Quanto maior a confiança nos adultos, maior a probabilidade de que revelem situações de abuso. “É dever de todo cidadão agir ao identificar qualquer forma de vulnerabilidade que atinge crianças ou adolescentes. A omissão também causa danos”, destaca o delegado.
Ele enfatiza que a campanha Maio Laranja deve servir como um chamado à ação para toda a sociedade. “Em caso de suspeita, denuncie”, reitera.
O dia nacional de combate
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil é celebrado em 18 de maio, data que reforça a importância de proteger crianças e adolescentes e a necessidade urgente de denúncias e ações preventivas para enfrentar esse grave problema social. A campanha Maio Laranja, que se estende por todo o mês, busca manter o tema em evidência e mobilizar a sociedade para a proteção dos mais vulneráveis.