(Foto: Natália Bezerra)
Operação cumpriu mandados de busca e apreensão, sequestrou veículos e bloqueou contas bancárias, apreendendo armas, munições e drogas.
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou uma operação na manhã desta terça-feira (15) que resultou na prisão de 13 pessoas envolvidas em um grande esquema de tráfico interestadual de drogas. A organização criminosa utilizava cidades do Sudoeste do Paraná como rota para a atividade ilegal, e as ações policiais ocorreram simultaneamente em Francisco Beltrão, Manfrinópolis, Três Barras do Paraná e Chapecó, em Santa Catarina.
Prisões e mandados cumpridos
Cerca de 120 policiais civis cumpriram 12 mandados de prisão preventiva pelos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Entre os detidos está um homem identificado como o líder do grupo criminoso. Durante a operação, dois dos alvos dos mandados de prisão e um terceiro indivíduo foram presos em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. Além das prisões, foram cumpridas 24 ordens judiciais de busca e apreensão, e a justiça determinou o sequestro de veículos e o bloqueio de contas bancárias dos investigados. A operação contou com o apoio aéreo de um helicóptero da PCPR e a atuação de cães farejadores. Nos endereços investigados, os policiais apreenderam cinco veículos, um caminhão, três armas de fogo, munições e aproximadamente meio quilo de drogas.
Investigação de longa data
A operação é o resultado de uma investigação iniciada em junho de 2023, após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreender cinco toneladas de maconha em um caminhão na cidade de Francisco Beltrão. Na ocasião, um homem foi preso em flagrante. A investigação da PCPR revelou que a droga pertencia a um grupo criminoso que adquiria entorpecentes em áreas de fronteira, transportava-os para a região Sudoeste do Paraná e os armazenava temporariamente em áreas rurais. Posteriormente, a droga era distribuída para outros estados, sendo Santa Catarina o principal destino.
Outras apreensões ligadas ao grupo
Em fevereiro deste ano, outra carga de cinco toneladas de maconha ligada ao mesmo grupo foi apreendida pela Polícia Civil de São Paulo. A droga estava escondida em sacos de farinha de trigo em um caminhão com destino a Goiás. Em março, um casal suspeito de ser o comprador dessa maconha foi preso em Goiânia pela Polícia Civil do Distrito Federal. No início de abril, uma terceira carga, contendo 2,8 toneladas de maconha, um fuzil e uma pistola, foi apreendida pela PRF em Minas Gerais. O carregamento estava em um caminhão pertencente a uma das empresas relacionadas ao grupo criminoso.
Movimentação financeira e lavagem de dinheiro
Ao longo dos dois anos de investigação, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 52 milhões através de contas bancárias de familiares e de empresas dos setores de alimentação, entretenimento, produtos de beleza, hotelaria e transporte, todas sediadas em Francisco Beltrão. Esses negócios lícitos eram utilizados para lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A investigação da PCPR também identificou que o líder da organização residia em um prédio de alto padrão na cidade e era proprietário de dois estabelecimentos comerciais registrados em nomes de laranjas.
Dissimulação de valores ilícitos
A delegada Franciela Alberton destacou a forma como o grupo tentava ocultar a origem do dinheiro: “Esse casal usava contas bancárias pertencentes a duas pessoas jurídicas distintas para dissimular e movimentar os valores provenientes do tráfico de entorpecentes. A investigação da PCPR apontou que uma destas contas foi usada para pagamento da droga fornecida pela organização criminosa estabelecida em Francisco Beltrão”, afirmou a delegada.
Agência Notícias da Polícia Civil do Paraná