Em Curitiba, artesão transforma caixas de leite em material de construção sustentável

Insumo ecológico

(Foto: Isabella Mayer)

Artesão Celso Elias Farah desenvolveu uma técnica única em Curitiba, transformando caixas usadas e sobras de demolição em material construtivo sustentável.

Em Curitiba, no bairro Boqueirão, o artesão Celso Elias Farah transformou o descarte de embalagens longa vida em uma solução construtiva inovadora e ecológica. Há cerca de 15 anos, ele desenvolveu uma técnica para criar uma massa que utiliza milhares dessas caixas vazias, rigorosamente picadas, combinadas com sobras de demolição reduzidas a grãos de areia, cimento e água da chuva.

A Casa como vitrine ecológica

A residência de Celso e sua esposa Diva serve como um exemplo prático dessa técnica. As paredes e muros da casa são revestidos com “tijolinhos” e peças maiores feitos com o material ecológico. O artesão estima ter utilizado cerca de 200 mil desses tijolinhos em sua casa. Ele vê seu trabalho, realizado com paciência aos 74 anos, como uma contribuição pessoal para o futuro do planeta, garantindo que o material utilizado não irá poluir.

Aproveitamento integral dos materiais

A técnica desenvolvida por Farah busca o aproveitamento máximo. Os “tijolinhos”, assim como peças maiores encontradas em paredes e escadas, incorporam minúsculos pedaços das caixas picadas. As peças são moldadas utilizando caixas de leite longa vida vazias usadas uma única vez. Nada é desperdiçado: as embalagens que servem de molde são posteriormente reaproveitadas como ingrediente da própria massa. As tampas plásticas são destinadas a ações sociais, e a água da chuva, coletada em uma cisterna revestida com os ladrilhos ecológicos criados por ele, é utilizada para dar liga à massa.

Criatividade na decoração

Além de insumo para construção civil, parte das embalagens longa vida ganha novas formas na decoração da residência, mostrando a criatividade do artesão. No sótão, por exemplo, cortinas coloridas são feitas com folhas de embalagens abertas, enroladas uma a uma e unidas com fita adesiva e linha de pesca. Esses mesmos rolinhos de embalagem também são transformados em almofadas para sofás e cadeiras.

Visão para o futuro

No quintal, bancos, a cisterna, uma mesa fixa e casinhas para cachorros – todos construídos com o material ecológico – demonstram outras aplicações da técnica. Sem buscar lucro, Celso Farah expressa o desejo de ver sua criação utilizada em outros espaços, sugerindo a possibilidade de instalação em locais públicos ou até mesmo o ensino da técnica para detentos do sistema penal, como forma de ocupação.

Agência Notícias da Prefeitura de Curitiba

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