(Foto: Gilson Abreu)
O Paraná subiu de terceiro para segundo lugar no ranking nacional de exportação de mel no primeiro trimestre do ano, segundo dados que apontam um aumento expressivo de 114% no volume e de 181,4% de receita em relação ao mesmo período de 2024.
O agronegócio paranaense continua a apresentar resultados de destaque no cenário nacional e internacional. Nos primeiros três meses de 2025, o Paraná ascendeu da terceira para a segunda posição no ranking brasileiro de exportação de mel. A informação, detalhada no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 24 a 30 de abril, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento, baseia-se em dados do Agrostat Brasil.
Mel impulsiona posição do Paraná
A escalada do Paraná no ranking de exportação de mel é resultado de um crescimento expressivo. No primeiro trimestre deste ano, o estado registrou um aumento de 114% no volume de mel exportado e um salto ainda maior na receita, com alta de 181,4% em comparação com o mesmo período de 2024. Foram movimentadas 1.641 toneladas do produto, gerando uma receita de US$ 5,251 milhões, com um preço médio de US$ 3,20 por quilo.
No ranking nacional, Minas Gerais lidera com US$ 7,292 milhões em receita e 2.333 toneladas exportadas. O Piauí aparece em terceiro lugar, movimentando US$ 4,006 milhões em receita e 1.359 toneladas de mel.
No panorama nacional, as exportações brasileiras de mel no primeiro trimestre de 2025 alcançaram 9.120 toneladas, um aumento de 19,7% em volume na comparação com o ano anterior. No entanto, a receita total movimentada foi de US$ 28,412 milhões, registrando uma queda de 54,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2024, indicando uma redução no preço médio global do produto. O principal destino do mel brasileiro segue sendo os Estados Unidos (EUA), que adquiriram 85,7% do volume total exportado no período, seguidos por Canadá e Alemanha.
Panorama de outras proteínas animais
O boletim do Deral também trouxe informações sobre outros setores importantes da produção animal no Paraná:
- Suínos: O boletim aborda os possíveis impactos positivos da recente autorização concedida pelo Chile para a importação de carne suína paranaense. Essa decisão é um reflexo direto do status sanitário diferenciado do Paraná, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 27 de maio de 2021 como zona livre de febre aftosa sem vacinação, abrindo novas e importantes portas para o acesso a mercados internacionais para a carne suína paranaense.
- Frango: Em março de 2025, o custo de produção do frango no Paraná registrou um aumento de 13,9% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pela alta no custo da alimentação. Apesar de uma leve queda mensal de 0,21% nos custos gerais, os gastos com nutrição, genética e sanidade continuam elevados. O preço pago ao produtor de frango, por sua vez, subiu 3,1% em comparação com março de 2024.
- Bovinos: As exportações de carne bovina do Paraná no primeiro trimestre deste ano superaram as de 2024 e se destacaram no cenário nacional. Em 2025, a exportação de carne bovina do estado gerou US$ 45,2 milhões em receita, provenientes de 10,3 mil toneladas exportadas. Isso representa um aumento significativo de 75% em volume e 66% em valor em relação a 2024, quando foram exportadas 6,2 mil toneladas que geraram US$ 25,8 milhões.
Análise de grãos e hortifrúti
O boletim do Deral também apresentou a situação de importantes culturas de grãos e hortifrúti no campo paranaense:
- Milho (2ª Safra): As lavouras de milho de segunda safra (safrinha) permanecem em condições estáveis em relação à semana anterior. Dos 2,7 milhões de hectares plantados nesta safra, 63% apresentam boas condições. No entanto, 23% estão em condições medianas, com potencial de não atingir a produção esperada, e 14% estão em condições ruins, o que deve refletir em perdas na produção. As chuvas registradas no estado nos últimos 10 dias ajudaram a estabilizar a situação no campo, evitando uma piora das lavouras que se encontram em piores condições.
- Trigo: As chuvas recentes também foram favoráveis para o plantio do trigo, que avançou 14% na última semana. O plantio se concentra principalmente na região Norte do Estado, mas a expectativa é que se expanda para as demais regiões em breve. A área esperada para a cultura do trigo em 2025 é de 886 mil hectares, uma área inferior aos 910 mil hectares esperados em março e 22% menor que os 1,13 milhões dedicados à cultura em 2024.
- Tomate (2ª Safra): A segunda safra do tomate no Paraná apresentou uma evolução de 8% nos plantios, alcançando 90% (o equivalente a 1,4 mil hectares). A colheita atingiu 50% (715 hectares). A produtividade atual encontra-se em 38,7 toneladas por hectare, uma média abaixo da projeção inicial de 64,8 t/ha. Este cenário de produtividade menor é possivelmente causado pelos três bolsões de calor que ocorreram no início do ano, associados a uma nova praga constatada nos tomateiros. Apesar disso, 97% das lavouras se encontram em boas condições, com expectativa de recuperação para os 3% que se encontram em condições medianas.
Agência Notícias do Estado do Paraná