Coreia do Sul e Paraná: Ivaiporã recebe projeto Korean Valley para desenvolvimento de startups

Korean Valley Paraná

(Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)

Coreia do Sul e Paraná: Ivaiporã recebe projeto Korean Valley para desenvolvimento de startups


Com apoio do Governo do Paraná, cidade no Vale do Ivaí vai abrigar o projeto Korean Valley, que tem participação da Global Digital Innovation Network (GDIN), fundação ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia da Informação do país asiático. Projeto trará startups sul-coreanas para desenvolver tecnologias junto com empresas brasileiras, impulsionando o desenvolvimento regional.

A cidade de Ivaiporã, com seus pouco mais de 30 mil habitantes no Vale do Ivaí, prepara-se para se transformar em um vibrante centro de inovação, abrigando o projeto Korean Valley. Esta iniciativa, que conta com o apoio do Governo do Paraná e a participação da Global Digital Innovation Network (GDIN), fundação ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia da Informação da Coreia do Sul, tem como objetivo principal trazer startups sul-coreanas para desenvolver tecnologias em conjunto com empresas brasileiras. O projeto teve sua origem em 2023, a partir da missão internacional liderada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior ao país asiático.

Ivaiporã será centro de inovação Sul-Coreana no Brasil

Para viabilizar o Korean Valley, Ivaiporã está concluindo a implantação da Incubadora Tecnológica Agrotech. Esta estrutura moderna, com investimento de R$ 2,2 milhões viabilizado por meio de convênio com o governo federal, contará com laboratórios, coworking, salas de conferência e 22 unidades independentes dedicadas a instituições de pesquisa, associações e empresas.

Localizada estrategicamente ao lado do campus do Instituto Federal do Paraná (IFPR), a incubadora formará um ecossistema propício para o desenvolvimento de empresas de base tecnológica, com foco especial no agronegócio, área de grande potencial na região.

O Governo do Estado também investe na iniciativa. Por meio da Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (SEIA), será repassado R$ 1 milhão para a compra de equipamentos para a incubadora, incluindo materiais de laboratório, drones e mobiliários. A Invest Paraná, agência de atração de investimentos do Estado, e outras secretarias estaduais também apoiam o projeto.

O secretário da Inovação e IA, Alex Canziani, explicou a estratégia de investir em centros menores: “É uma oportunidade para os alunos da região desenvolverem suas habilidades e terem oportunidades de prosperar sem ter que ir para os grandes centros. Ideias que viram negócios, que geram renda, emprego e avanço para o município”, afirmou, destacando o potencial de desenvolvimento regional e a retenção de talentos.

Korean Valley Paraná
(Foto: Divulgação)

A estratégia de descentralização e o potencial de Ivaiporã

O projeto Korean Valley começou a tomar forma com o empresário e cientista Aleksandro Montanha, embaixador do GDIN no Brasil. Ele identificou no Paraná um ambiente fértil para abrigar as inovações coreanas. Montanha ressalta que a escolha de Ivaiporã, uma cidade do interior, foi um ponto na curva, já que dificilmente a inovação de fato chega ao Brasil ou à América Latina em seu estágio inicial.

“Mas diante da imensidão de oportunidades que podem surgir com a aproximação dos dois mercados, criamos o projeto do Korean Valley, que tem a finalidade de ligar as soluções coreanas à capacidade de o brasileiro de empreender”, explicou.

Vários fatores pesaram para a escolha de Ivaiporã, segundo Montanha. “Primeiro por ser uma cidade do interior, que geralmente não é vislumbrada para receber esse tipo de projeto. Percebemos o potencial e recebemos muito apoio da gestão municipal”, disse.

Ele argumenta que propostas assim causam mais impacto em cidades menores e demonstram que é possível para municípios de menor porte cooperar com outros países. “A inovação não precisa estar apenas nas capitais ou grandes centros, chegou o momento de descentralizar”.

Outro diferencial de Ivaiporã é ser um polo regional com universidades e mão de obra qualificada, um potencial para reter e atrair talentos para o interior. Montanha vê no projeto uma forma de formar cidades inteligentes, diminuindo o adensamento nos grandes centros e trazendo mais qualidade de vida para as pessoas.

Como funcionará o Korean Valley

O projeto visa atrair, por meio de edital, de cinco a sete startups coreanas. Elas farão joint ventures (parcerias) com empresas brasileiras para trabalhar dentro da incubadora em Ivaiporã. A expectativa é que essa colaboração traga projetos inovadores em áreas que vão além do que é conhecido no país, como robótica, saúde e cosméticos, aproveitando a gigantesca capacidade industrial da Coreia do Sul.

Giancarlo Rocco, diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, explica que o Korean Valley conectará startups, pesquisadores e investidores da Coreia do Sul no Paraná. Para o Estado, isso significa ganho em desenvolvimento, atração de talentos e a inserção da pesquisa qualificada das universidades paranaenses nesse contexto.

Ele considera a ponte com a Coreia do Sul uma grande conquista, especialmente por se tratar de um país com cultura tão diferente, e destaca o papel da Invest Paraná em buscar parcerias de negócios que dão mais segurança aos investidores.

O prefeito de Ivaiporã, Carlos Gil, ressaltou que o projeto começou com a missão internacional em 2023, buscando firmar acordos para desenvolver a região. Ele voltou com a possibilidade de atrair empresas coreanas interessadas em investir no Brasil e a partir daí, o município se mobilizou para construir a incubadora e ter a estrutura necessária para atrair investimentos tecnológicos que gerem empregos qualificados.

Outros frutos da parceria Paraná-Coreia do Sul

A cooperação entre Paraná e Coreia do Sul já rendeu outros frutos. Na área da educação, a rede estadual de ensino conta com a plataforma Aprendiz Inteligente, que utiliza Inteligência Artificial de uma empresa sul-coreana (UFIT) para criar questões, diagnosticar o aprendizado dos alunos e prever desempenho em avaliações nacionais como o Enem. A ferramenta é fruto de uma cooperação entre Celepar, Secretaria de Estado da Educação e a UFIT.

Com informações de Agência de Notícias do Estado do Paraná


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *