(Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN)
Paraná FIDC: fundo pioneiro para o agro é apresentado como modelo nacional
Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Paraná FIDC), que destina R$ 350 milhões do Estado para financiar melhorias e ampliação no campo e espera gerar R$ 2 bilhões em negócios, foi apresentado a secretários da Fazenda de todo o Brasil para que o modelo paranaense possa ser replicado no restante do País.
O Paraná, um dos líderes do agronegócio brasileiro, está pronto para compartilhar sua iniciativa pioneira de apoio ao setor com o restante do País. A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) e a Fomento Paraná apresentaram nesta última terça-feira (06), em formato online, as bases do seu “Plano Safra estadual”, o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Paraná FIDC), a representantes do Comitê Nacional de Secretários da Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz). O objetivo é que esse modelo inovador possa ser replicado em outros estados.
Paraná apresenta modelo pioneiro de apoio ao agronegócio
Anunciado em dezembro do ano passado, o Paraná FIDC surge como uma alternativa estratégica aos modelos tradicionais de financiamento rural, como o Plano Safra federal e outros recursos de crédito. A iniciativa visa especificamente promover investimentos estratégicos para impulsionar ainda mais o agronegócio no Paraná, com foco na modernização e industrialização do campo.
Um dos principais diferenciais do Paraná FIDC em relação ao Plano Safra federal, destacado na apresentação ao Comsefaz, é justamente o foco. Enquanto o programa federal concentra recursos para o custeio e a comercialização da produção, o fundo paranaense direciona o crédito para melhorias e a ampliação das atividades agrícolas. Para dar o pontapé inicial, o Estado vai aportar R$ 350 milhões no fundo, com a expectativa de gerar R$ 2 bilhões em negócios no campo.
O fundo pode ser utilizado para financiar diversas iniciativas, como sistemas de irrigação, expansão da produção, armazenagem, aquisição de equipamentos e outras linhas de crédito voltadas para o desenvolvimento e a agregação de valor na cadeia produtiva agroindustrial.

Benefícios e potencial de replicação
O secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, explicou que um dos objetivos centrais do Paraná FIDC é promover a industrialização e modernização do campo. “Queremos incentivar o processamento e a agregação de valor de tudo o que sai da roça. Para isso, é importante motivar investimentos locais e atrair investidores de fora para que façam aqui plantas, novas integrações, novas cooperativas fortalecidas”, disse. Ele acrescentou que o crédito será direcionado para financiar essa expansão agroindustrial, a modernização de plantas e a instalação de novas indústrias de alimentos no Estado.
Uma característica única do Paraná FIDC, que o torna particularmente atrativo para investidores, é que as empresas que aplicarem recursos no fundo poderão contar com a devolução de créditos de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) homologados via Siscred em 24 parcelas. Essa mecânica visa atrair mais empresas interessadas em investir na agroindústria paranaense.
Ortigara demonstrou entusiasmo com a recepção do modelo por outros estados. “É um avanço importante e o Brasil inteiro está de olho nisso – o que é bom. Tem muita gente interessada querendo saber como é que nós inventamos essa nova forma de financiar a atividade agroindustrial e estamos aqui para exportar essas boas ideias. Queremos levar para o restante do Brasil o jeito de fazer do Paraná”, destacou o secretário, ressaltando o potencial de replicação nacional da iniciativa.
Entusiasmo do mercado e ganhos para o Estado
O diretor-presidente da Fomento Paraná, Claudio Stabile, reforçou na apresentação o entusiasmo com que o mercado aguarda o lançamento efetivo do Paraná FIDC, o que demonstra o quanto a iniciativa já nasce promissora. “O mercado está sedento por esse tipo de produto”, apontou.
Segundo Stabile, esse grande interesse pelo fundo de investimento não se limita à produção agroindustrial, mas permite ao Paraná prospectar crescimento na economia como um todo e até na qualidade de vida dos paranaenses. “É importante destacar que todo o investimento fica no estado. Então ele fomenta a receita, emprego, tributo.
É um ambiente que fortalece o agro, mas toda a cadeia é beneficiada para que a Secretaria da Fazenda, por exemplo, possa injetar recursos em outras áreas”, acrescentou. “Todo o estado ganha com isso”, concluiu Stabile, evidenciando os múltiplos benefícios do fundo.