Por Livia Andrade – Engajada, feminista e com olhar social afiado.
Vivemos tempos em que defender direitos virou provocação. Onde se confunde justiça com ideologia, e empatia com exagero. Mas a verdade é simples: não se trata de esquerda ou direita — trata-se de humanidade.
Quando uma mulher é silenciada, quando um jovem negro é confundido com suspeito só por existir, quando uma mãe solo é julgada por tentar sustentar seus filhos com dignidade, não estamos falando de exceções. Estamos falando de uma estrutura. E estruturas não mudam com frases prontas — mudam com consciência.
É confortável dizer “não tenho nada a ver com isso”. Mas isso é justamente o problema. O silêncio conveniente de uns continua sendo o barulho da dor de muitos.
Não se trata de “militância chata”, como alguns gostam de reduzir. Trata-se de lutar para que ninguém precise pedir o mínimo: respeito, oportunidade, segurança, voz.
Empatia não é sobre concordar com tudo. É sobre enxergar o outro. Reconhecer que o mundo não gira só em torno do nosso CEP, da nossa bolha, da nossa realidade.
A mudança começa no incômodo. No desconforto de rever posturas, ouvir o que não gostaríamos e aceitar que ser humano exige mais do que emitir opinião — exige responsabilidade.
E se tem algo que o mundo precisa urgentemente, é de gente que esteja disposta a sentir o que o outro sente — e agir por isso.