Brasil quer ampliar parceria com a Rússia em energia, ciência e defesa

Lula em Moscou

(Foto: Ricardo Stuckert)

Brasil quer ampliar parceria com a Rússia em energia, ciência e defesa


Durante encontro com Vladimir Putin em Moscou, Lula manifesta forte interesse na expertise russa em energia nuclear e reforça o compromisso com uma parceria estratégica de longo prazo, abrangendo também defesa, ciência, tecnologia e educação. Presidente ainda criticou medidas unilaterais adotadas pelos EUA, como o tarifaço imposto por Donald Trump, que segundo ele enfraquece o multilateralismo e prejudica a soberania dos países.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (9), em Moscou, que o Brasil deseja intensificar sua parceria com a Rússia, com especial atenção ao setor energético. A declaração foi feita durante reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, na qual Lula expressou interesse na experiência russa no uso de pequenas usinas nucleares — uma tecnologia que o Brasil pretende estudar e, eventualmente, incorporar em seu modelo energético.

“Esta minha visita é para estreitar e refazer, com muito mais força, a nossa construção de parceria estratégica”, declarou Lula, ressaltando que os laços entre os dois países vão além do comércio, abrangendo aspectos políticos, culturais, científicos e tecnológicos.

Comércio com a Rússia tem potencial para crescer

Atualmente, o intercâmbio comercial entre Brasil e Rússia gira em torno de US$ 12,5 bilhões anuais, mas Lula reconheceu que o saldo é deficitário para o lado brasileiro. Mesmo assim, ele reforçou a importância de manter e ampliar essa relação, explorando novas áreas de cooperação. “Entendemos que o potencial de crescimento dessa relação é muito grande”, afirmou.

Entre os temas de interesse comum estão defesa, tecnologia espacial, educação, ciência e, principalmente, energia — com destaque para fontes alternativas e seguras, como a nuclear de pequeno porte.

Lula em Moscou

Assinatura de acordos reforça cooperação científica e tecnológica

Durante o encontro, foram assinados novos acordos de cooperação nas áreas de ciência e tecnologia, reforçando a disposição dos dois países de colaborarem em temas estratégicos para o futuro. A comitiva brasileira contou com a presença de ministros como Alexandre Silveira (Minas e Energia), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), além do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

A cooperação pretende viabilizar intercâmbios técnicos, transferência de conhecimento e desenvolvimento de projetos conjuntos em áreas de alta complexidade, como energia nuclear, segurança cibernética e pesquisa científica.

Lula critica tarifaço de Trump e defende multilateralismo

Durante o encontro, Lula também comentou o recente endurecimento das políticas comerciais dos Estados Unidos, especialmente o aumento das tarifas sobre produtos estrangeiros promovido pelo ex-presidente Donald Trump. Ele classificou a medida como um “ataque” ao conceito de livre comércio e um retrocesso nas relações internacionais.

“As decisões unilaterais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos jogam por terra a grande ideia do livre comércio. Elas enfraquecem o multilateralismo e demonstram desrespeito à soberania dos países”, criticou Lula, defendendo um modelo de relações internacionais mais equilibrado, baseado no diálogo e na cooperação entre nações.

Próxima parada: China e cúpula com países latino-americanos

A visita à Rússia se encerra neste sábado (10), quando Lula segue para Pequim, onde participará da cúpula entre a China e os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), programada para os dias 12 e 13 de maio. Além disso, está prevista uma visita de Estado com o governo chinês, ocasião em que serão firmados pelo menos 16 acordos bilaterais em áreas como comércio, infraestrutura, tecnologia e educação.

A agenda internacional reforça a política externa brasileira de aproximação com grandes potências emergentes e a busca por um papel mais ativo no cenário global, especialmente no contexto do BRICS e da construção de um mundo multipolar.

Com informações de Agência Brasil


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