(Foto: Gabinete da Presidência da Coreia do Sul)
Tribunal Constitucional destitui Yoon Suk Yeol por imposição de lei marcial; eleições devem ocorrer em até 60 dias.
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi destituído do cargo nesta sexta-feira (4) após o Tribunal Constitucional confirmar a decisão de impeachment aprovada pelo Parlamento. O impeachment foi motivado pela imposição da lei marcial, que desencadeou a pior crise política do país em décadas, abrindo caminho para a realização de novas eleições presidenciais.
Decisão do Tribunal Constitucional
A decisão unânime do Tribunal Constitucional encerra um período de instabilidade política que tem desviado a atenção de questões importantes, como a relação com a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, em um momento de desaceleração econômica na quarta maior economia da Ásia.
Próximas Eleições
Com a destituição de Yoon Suk Yeol, a Constituição sul-coreana exige que uma nova eleição presidencial seja realizada dentro de um prazo de 60 dias. O atual primeiro-ministro, Han Duck-soo, assumirá como presidente interino até que um novo líder seja eleito e empossado.
Possíveis Candidatos
Lee Jae-myung, líder do Partido Democrático que perdeu para Yoon por uma pequena margem nas eleições de 2022, é considerado o principal favorito para a próxima eleição. No entanto, Lee também enfrenta desafios legais devido a múltiplos julgamentos por corrupção. O campo conservador também apresenta diversos candidatos em potencial.
Desafios para o Próximo Presidente
“A decisão unânime do Tribunal Constitucional eliminou uma importante fonte de incerteza”, comentou o professor Leif-Eric Easley, da Universidade Ewha, em Seul. Ele observou que o próximo governo terá que lidar com desafios significativos, incluindo as ameaças militares da Coreia do Norte, a pressão diplomática da China e as tarifas comerciais impostas por Donald Trump.
Justificativa da Destituição
O presidente interino da Suprema Corte, Moon Hyung-bae, declarou que Yoon Suk Yeol violou seus deveres presidenciais ao declarar lei marcial em 3 de dezembro. Segundo Moon, Yoon agiu além de seus poderes constitucionais, cometendo ações que representaram “um sério desafio à democracia”. “(Yoon) cometeu uma grave traição à confiança do povo”, afirmou Moon, acrescentando que a declaração da lei marcial gerou caos em diversas áreas da sociedade, incluindo a economia e a política externa.
Reações à Decisão
A organização Human Rights Watch considerou a decisão do Tribunal Constitucional uma vitória para a resiliência do país, a defesa dos direitos humanos e os valores democráticos. Milhares de pessoas que participavam de um comício pedindo a destituição de Yoon celebraram a decisão com aplausos e gritos de “Nós vencemos!”. Por outro lado, apoiadores de Yoon reunidos perto de sua residência oficial acompanharam a decisão em um telão em silêncio e visível choque.