Guerra comercial entre EUA e China abre “avenida” para a soja do Paraná

Guerra comercial entre EUA e China abre "avenida" para a soja do Paraná

(Foto: Claudio Neves)

Guerra comercial entre EUA e China abre “avenida” para a soja do Paraná


Enquanto exportações americanas para o país asiático despencam 80%, Brasil se consolida como principal fornecedor e fortalece a posição do agronegócio paranaense no maior mercado do mundo.

A guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo, Estados Unidos e China, está abrindo uma avenida de oportunidades para o agronegócio paranaense. Um novo levantamento da principal entidade de agricultores dos EUA revelou que a China praticamente suspendeu a compra de soja americana nos últimos meses, abrindo espaço para que o Brasil se tornasse o fornecedor dominante. A mudança no tabuleiro geopolítico fortalece ainda mais a posição do Paraná, cujo principal produto de exportação já tem na China seu maior cliente.

A queda americana e a ascensão brasileira

Os números da virada são impressionantes. Segundo o estudo da American Farm Bureau Federation, as importações chinesas de soja dos EUA despencaram quase 80% no acumulado do ano. De junho a agosto, os Estados Unidos não embarcaram “virtualmente nada” de soja para a China. Em contrapartida, o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas para o mercado chinês no mesmo período, consolidando-se como o principal parceiro comercial do gigante asiático no setor.

O impacto direto no Paraná: uma rota já consolidada

Para o Paraná, segundo maior produtor de soja do Brasil, a notícia é duplamente positiva. A China já é, há anos, o principal destino da soja paranaense. De acordo com dados do Ipardes, no primeiro semestre de 2025, o país asiático foi o destino de mais de 60% de toda a soja em grão exportada pelo nosso estado. A crise entre EUA e China, portanto, não cria uma nova rota, mas amplia e fortalece um caminho comercial que já é vital para a economia paranaense, garantindo demanda e sustentação de preços para o produtor local.

>> Siga o canal do Jornal O Paranaense no WhatsApp

Uma estratégia de longo prazo da China

O movimento chinês não é um fato isolado, mas sim a consolidação de uma estratégia de diversificação de fornecedores iniciada em 2018, durante a primeira guerra comercial do governo Trump. Desde então, a China tem reduzido sua dependência dos agricultores americanos, mesmo com sua demanda interna por soja atingindo níveis recordes para a produção de ração animal.

A crise no campo americano: um cenário de perdas

Do outro lado, o impacto para os agricultores dos Estados Unidos é profundo. Além da soja, as exportações de milho, trigo e sorgo para a China caíram a zero em 2025. O governo americano já projeta que as exportações agrícolas totais para o país asiático cairão pela metade em relação a 2022 e se prepara para lançar um novo pacote de ajuda financeira bilionário para socorrer seus produtores rurais, que enfrentam a pior crise desde 2007.

Guerra comercial entre EUA e China abre "avenida" para a soja do Paraná
(Foto: Canva)

Com informações de Agência Brasil


Alfredo R. Martins Jr. é jornalista e a voz principal do Jornal O Paranaense. Formado em Comunicação Social com especializações em Marketing e Gestão de Comunicação, possui mais de 17 anos de experiência na análise do cenário paranaense. Sua missão é traduzir a complexidade da política, economia e cultura do estado em informação clara, acessível e relevante para o leitor.
Alfredo R. Martins Jr.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *